19 setembro 2006

600 ANOS DEPOIS DE ZHENG HE

Não é surpreendente, porque era de há muito anunciada e esperada, mas é de qualquer forma um pequeno marco a assinalar o anúncio feito pelo governo chinês da intenção de enviar um contingente de 1000 efectivos para as forças da UNIFIL no Líbano. Já havia precedentes de envolvimento de pequenos contingentes de militares chineses em destacamentos da ONU mas nunca da dimensão agora anunciada.

E parecem ser boas notícias porque se podem interpretar como um sinal que a diplomacia chinesa considerou finalmente que a presença da UNIFIL na região será um projecto com hipóteses de vingar. Evidentemente que, de forma dinâmica, a presença chinesa nesta forma significativa será também um reforço militar e político importante ao contingente da ONU, o que aumentará as suas possibilidades de sucesso.

Com excepção da presença de unidades militares chinesas na Birmânia (embora sob o comando de um norte-americano, o general Stilwell) durante a Segunda Guerra Mundial, não há memória de uma tal presença militar chinesa no estrangeiro, depois das afamadas viagens do almirante Zheng-He no século XV. Estará Zheng He a deixar de ser uma curiosidade histórica para passar a ser o símbolo de uma nova política externa a temer?

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