20 setembro 2006

TV NOSTALGIA – 4











As primeiras liberdades conquistadas por Fialho Gouveia (um veterano de sempre da RTP) no 25 de Abril foram as de fumar à vontade e de tratar o colega Fernando Balsinha mesmo quando à frente das câmaras simplesmente por Balsinha, dispensando as formalidades que, por aquela altura do dia, já estavam indissociavelmente associadas ao fascismo.

A boa disposição era tanta que Fialho Gouveia até achou a carne assada cozinhada pelo destacamento que ocupara as instalações da RTP muito saborosa. Ora é quase uma evidência, como qualquer indivíduo que cumpra o SMO bem depressa descobre, que, no exército, a carne assada ou qualquer outro prato do rancho, só muito raramente é que são muito saborosos…

As imagens colhidas no Largo do Carmo mostravam um delírio colectivo e um Francisco Sousa Tavares de megafone em riste a explicar porque é que a oposição democrática nunca poderia ter sido popular, ao discursar comparando a importância dos acontecimentos daquele dia com os de Dezembro de 1640. - Mil seiscentos e quê? - poderia ser a pergunta de uma parte da multidão.

À noite, por ocasião da apresentação da Junta de Salvação Nacional apareceu a primeira ocasião para a primeira intrigazita do novo regime: quais eram os militares que estavam fardados e quais os que se apresentaram à civil…

2 comentários:

  1. Obrigado, meu caro Pedro Martins.

    A verdade é que já assisti a tantas efemérides na televisão, a propósito da própria televisão, que me lembrei de fazer uma a meu gosto...

    Este post em particular, a respeito do 25 de Abril, não está muito imbuída do espiríto democrático dominante mas corresponde muito mais à maneira como eu vi e vejo o 25 de Abril que passou pela Televisão.

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