É diante de pequenos episódios em que, por vezes, temos a oportunidade de fazer uma espécie de visita inesperada aos bastidores de um espectáculo que nos é regularmente apresentado. E é dessas vezes, por pequena que seja a visita e por muito pouco que tenhamos visto dos bastidores que ficamos com certezas que as suposições cínicas e maldosas que fizemos em momentos de irritação se parecem confirmar justificando uma imagem que, por vezes, se emprega para essas circunstâncias: em certos restaurantes, se os clientes atravessassem as cozinhas para chegar à sala de jantar, ninguém almoçava...
O restaurante metafórico tem aqui o nome de jornal Público, e o cozinhado foi um artigo ali publicado onde a jornalista que o assina, complementando a sua falta de cultura geral com manifesta falta de rigor, resolveu improvisar uma nova patente da Armada chamada… capitão-de-frota. Um pormenor que até pode ser apreciado pelo seu lado irónico, como aqui o fiz num poste e que até o aproveitei para enviar para as cartas ao director do jornal. Evidentemente que não esperaria que o referido post, que até poderá ser considerado uma provocação, ali fosse publicado...
Em contrapartida, contígua ao local onde se publicam às cartas ao director existe um pequeno espaço diário, discreto, intitulado o público errou, onde se procedem a pequenas rectificações das notícias anteriormente publicadas. Admiti eu que talvez o lapso da jornalista merecesse uma nota idêntica à que dá conta hoje, por exemplo, que Pedro Boléo acompanhou o concerto de Remix Ensemble no Festival Músicas de Hoje em Estrasburgo a convite do próprio festival e não da Casa da Música. Mas não.
Ainda admiti que o Público tivesse assumido não ter errado não se desse a circunstância de, nas notícias sequentes sobre o mesmo assunto assinados pela mesma jornalista, os oficiais da Armada envolvidos no caso de corrupção na aquisição de equipamentos se terem visto despromovidos, deixando de capitanear a frota toda para capitanear apenas uma fragata… Uma outra explicação possível será a de que o critério jornalístico seguido pelo jornal tornar o lapso inserto na tal notícia de anteontem num assunto nada relevante quando comparado com o esclarecimento sobre quem terá afinal convidado Pedro Boléo…
Agora, um pouco mais a sério…, por resultados anteriores aparentes sempre me suscitaram as maiores dúvidas qual será a seriedade do Público naquelas rubricas construídas – como o é, também, a coluna do provedor do leitor, onde se analisam as queixas dos mesmos… - para que dele se dê uma imagem de transparência e contrição quantos aos erros e lapsos cometidos pelo jornal. Por tudo o que se disse do episódio mencionado, aquelas dúvidas até saem muito mais reforçadas no sentido de o deixarem de o ser. Não se torna grave, apenas porque o lapso referenciado também não o é.
Mas dá que pensar e imagine-se o que acontece quando o for, e quando a motivação seja muito superior para que o jornal volte a ser intelectualmente desonesto para salvar a sua face…
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