Ainda a propósito da distinção entre ser-se monárquico e sê-lo em prol de um determinado candidato a monarca, vale a pena recordar um episódio passado em 1873, quando, na Assembleia Nacional francesa e no seguimento da dissolução do II Império, havia uma maioria absoluta de deputados monárquicos, apoiantes dos Bourbons, da casa de Orleães ou dos Bonapartes.
As duas primeiras correntes monárquicas chegaram a entender-se em restabelecer a monarquia francesa, apoiando as pretensões de Henrique, conde de Chambord, que era o candidato legitimista (Bourbon) e que não tinha descendência, transitando depois a sucessão naturalmente para Luís Filipe, que era bastante mais novo, tinha filhos e era o candidato da casa de Orleães.
Infelizmente para a causa monárquica em França, o conde de Chambord, como que vivendo numa espécie de redoma e dando provas da maior obtusidade política, depois de passados já 84 anos da grande Revolução ainda não se mostrava disposto a aceitar a bandeira tricolor nem a Marselhesa como símbolos nacionais da nação francesa…
Pensando na obtusidade, mas também na saúde frágil do conde, acabou assim por aparecer a III República francesa, onde o tempo de duração estabelecido para o mandato do presidente – que se desejava que fosse único – era anormalmente longo (sete anos), equacionando também no fim do mandato as hipóteses do candidato bonapartista que teria por essa altura também atingido a maioridade.
A continuação desta história está cheia de paradoxos. O conde durou para além do término do primeiro mandato presidencial (1883). Quem morreu entretanto foi o príncipe Napoleão. E esta III República, que nasceu assim como uma espécie de interregno do Reino de França, foi o regime que, ainda hoje, mais tempo durou na França desde 1789 (1870-1940). Quanto ao septenato presidencial só recentemente foi reduzido sob Jacques Chirac.
Quanto à capacidade dos políticos franceses se embrulharem em disputas mesquinhas ela permanece rigorosamente intacta 133 anos depois daqueles acontecimentos. Sigam-se as intrigas internas entre os socialistas para disputar a nomeação presidencial à Ségolène Royale, apesar desta aparecer destacadíssima nas sondagens… Sigam-se os golpes baixos que de Villepin e Sarkózy andam a trocar debaixo da mesa do governo a que ambos pertencem…
As duas primeiras correntes monárquicas chegaram a entender-se em restabelecer a monarquia francesa, apoiando as pretensões de Henrique, conde de Chambord, que era o candidato legitimista (Bourbon) e que não tinha descendência, transitando depois a sucessão naturalmente para Luís Filipe, que era bastante mais novo, tinha filhos e era o candidato da casa de Orleães.
Infelizmente para a causa monárquica em França, o conde de Chambord, como que vivendo numa espécie de redoma e dando provas da maior obtusidade política, depois de passados já 84 anos da grande Revolução ainda não se mostrava disposto a aceitar a bandeira tricolor nem a Marselhesa como símbolos nacionais da nação francesa…
Pensando na obtusidade, mas também na saúde frágil do conde, acabou assim por aparecer a III República francesa, onde o tempo de duração estabelecido para o mandato do presidente – que se desejava que fosse único – era anormalmente longo (sete anos), equacionando também no fim do mandato as hipóteses do candidato bonapartista que teria por essa altura também atingido a maioridade.
A continuação desta história está cheia de paradoxos. O conde durou para além do término do primeiro mandato presidencial (1883). Quem morreu entretanto foi o príncipe Napoleão. E esta III República, que nasceu assim como uma espécie de interregno do Reino de França, foi o regime que, ainda hoje, mais tempo durou na França desde 1789 (1870-1940). Quanto ao septenato presidencial só recentemente foi reduzido sob Jacques Chirac.
Quanto à capacidade dos políticos franceses se embrulharem em disputas mesquinhas ela permanece rigorosamente intacta 133 anos depois daqueles acontecimentos. Sigam-se as intrigas internas entre os socialistas para disputar a nomeação presidencial à Ségolène Royale, apesar desta aparecer destacadíssima nas sondagens… Sigam-se os golpes baixos que de Villepin e Sarkózy andam a trocar debaixo da mesa do governo a que ambos pertencem…
"Laissez faire, laissez passer!"
ResponderEliminarO mais interessante é que não fazem ou, quando fazem, fazem mal!
O mais grave é que não lhes passa... e, com a posição que têm na Europa, esta doença infecta toda a (pouca) credibilidade da U.E.!