29 setembro 2006

LIONEL JOSPIN

Talvez seja a distância que nos leva a analisar os acontecimentos com outra atitude, mas confesso que não consigo encontrar qualquer cabimento para o editorial elogioso que o Le Monde resolve hoje dedicar à decisão do socialista Lionel Jospin por se retirar da corrida à próxima eleição presidencial.

Recorde-se, para aqueles que não seguem a política francesa, que Jospin já foi o candidato dos socialistas por duas vezes àquelas eleições, tendo-as perdido, a segunda das quais directamente para Jean-Marie Le Pen, o patriarca da extrema direita francesa, que passou à segunda volta das eleições em seu detrimento.

Naquela oportunidade, e dada a humilhação sofrida, Jospin fizera juras e mais juras em como iria abandonar toda a actividade política. Agora, parece repetir-se mais ou menos a mesma cena, perante a análise aprovadora do Le Monde, que parece registar todas as incoerências passadas e presentes de Jospin como assuntos de pormenor.

Pelos vistos, não é apenas em Portugal que os políticos têm uma deontologia própria de políticos que, com a devida cumplicidade dos jornalistas, lhes permite proclamar as maiores patranhas e depois desdizerem-se com a maior impunidade, vide esta outra notícia do Le Monde em que de Villepin afirma não ter ambições presidenciais…

2 comentários:

  1. O Le Monde está ao serviço do PSF e, pelos vistos, de uma certa corrente dentro do PSF...

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  2. Talvez se passe a chamar Lionel J'ose pas, ou que a derrota face a Le Pen, tenha deixado sequelas sem solução...

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