A alquimia é uma tradição antiga, associando vários campos do conhecimento com os objectivos mais notórios de obter um processo que transmutasse qualquer metal em ouro e o de criar um medicamento que curasse todas as doenças, o Elixir da Longa Vida ou da Vida Eterna. Os ingredientes principais para a obtenção destes dois objectivos seriam componentes de uma pedra mítica, a pedra filosofal, cuja aquisição potenciaria os resultados alcançados pela investigação dos alquimistas.
Face aos objectivos, havia evidentes razões de estado e de poder (no caso do ouro) e pessoais (no caso do elixir) para que os ricos e poderosos da antiguidade financiassem as actividades dos alquimistas à espera de resultados: Quem não sonhou dispor de uma riqueza infinita? Quantos não sonharam viver para a eternidade? As ciências entretanto evoluíram e os sonhos antigos concretizaram-se parcialmente em sociedades mais prósperas (mas não infinitamente) e em vidas mais longas (mas não eternas).
O que parece eterno é o problema do financiamento da investigação científica e o recurso aos sonhos que os investigadores precisam de vender aos financiadores para que estes alarguem os cordões às suas bolsas. Uma boa notícia quando lançada judiciosamente nos média pode representar anos e anos de financiamento das investigações numa determinada área. E se há campos de investigação em que a sua aplicação prática é facilmente perceptível (como na medicina) outros há onde isso não acontece.
Para prender a atenção da opinião pública, os programas relacionados com a pesquisa espacial elegeram como objectivo para justificarem o seu financiamento aos seus olhos a descoberta de vida no universo. Ironicamente, na velha alquimia medieval também existia o objectivo longínquo da criação de vida humana artificial. Agora, para a investigação espacial, como que parece acreditar-se que essas outras vidas já existam, apenas há que as encontrar no meio das vastidões do universo. Se forem inteligentes, tanto melhor.
No nosso sistema solar, ainda à espera de encontrar a vida propriamente dita (depois da desilusão de Marte), o entusiasmo dos anúncios parece ter-se transferido para uma espécie de fase intermédia com a descoberta noutros corpos celestes de componentes idênticos aos existentes no nosso planeta como são os casos da profusão de água (no Europa, satélite de Júpiter) ou de hidrocarbonetos (em Titã, satélite de Saturno). A opinião pública entusiasma-se e a obtenção de fundos para programas complementares de investigação torna-se muito mais fácil.
Contudo, e no que diz respeito a esse propósito da descoberta de vida no sistema solar, outros programas espaciais que decorrem em paralelo devem alertar-nos para que o aumento do nosso conhecimento poderá apenas servir para aumentar o número de mistérios que o universo nos oferece. O mais notório é o da descoberta de novos corpos celestes no sistema solar, que levou à recente despromoção de Plutão. Só agora se percebe como as classificações antigas - em estrelas, planetas e cometas - estavam ultrapassadas.
Plutão aparece-nos agora como o primeiro de um conjunto de corpos celestes com características próprias, distintas da dos outros oito planetas maiores, e que foram recentemente rebaptizados agora de planetas anões. Por outro lado, no outro extremo do espectro da sua dimensão, entre os quase 200 exoplanetas (planetas em órbita de uma estrela que não o nosso Sol) que já foram descobertos, há os que possuem dimensões tão gigantescas que se irá colocar brevemente um outro problema de classificação formal: onde ficará situada a fronteira entre o que será considerado um planeta gigante e uma estrela anã.
Face aos objectivos, havia evidentes razões de estado e de poder (no caso do ouro) e pessoais (no caso do elixir) para que os ricos e poderosos da antiguidade financiassem as actividades dos alquimistas à espera de resultados: Quem não sonhou dispor de uma riqueza infinita? Quantos não sonharam viver para a eternidade? As ciências entretanto evoluíram e os sonhos antigos concretizaram-se parcialmente em sociedades mais prósperas (mas não infinitamente) e em vidas mais longas (mas não eternas).
O que parece eterno é o problema do financiamento da investigação científica e o recurso aos sonhos que os investigadores precisam de vender aos financiadores para que estes alarguem os cordões às suas bolsas. Uma boa notícia quando lançada judiciosamente nos média pode representar anos e anos de financiamento das investigações numa determinada área. E se há campos de investigação em que a sua aplicação prática é facilmente perceptível (como na medicina) outros há onde isso não acontece.
Para prender a atenção da opinião pública, os programas relacionados com a pesquisa espacial elegeram como objectivo para justificarem o seu financiamento aos seus olhos a descoberta de vida no universo. Ironicamente, na velha alquimia medieval também existia o objectivo longínquo da criação de vida humana artificial. Agora, para a investigação espacial, como que parece acreditar-se que essas outras vidas já existam, apenas há que as encontrar no meio das vastidões do universo. Se forem inteligentes, tanto melhor.
No nosso sistema solar, ainda à espera de encontrar a vida propriamente dita (depois da desilusão de Marte), o entusiasmo dos anúncios parece ter-se transferido para uma espécie de fase intermédia com a descoberta noutros corpos celestes de componentes idênticos aos existentes no nosso planeta como são os casos da profusão de água (no Europa, satélite de Júpiter) ou de hidrocarbonetos (em Titã, satélite de Saturno). A opinião pública entusiasma-se e a obtenção de fundos para programas complementares de investigação torna-se muito mais fácil.
Contudo, e no que diz respeito a esse propósito da descoberta de vida no sistema solar, outros programas espaciais que decorrem em paralelo devem alertar-nos para que o aumento do nosso conhecimento poderá apenas servir para aumentar o número de mistérios que o universo nos oferece. O mais notório é o da descoberta de novos corpos celestes no sistema solar, que levou à recente despromoção de Plutão. Só agora se percebe como as classificações antigas - em estrelas, planetas e cometas - estavam ultrapassadas.
Plutão aparece-nos agora como o primeiro de um conjunto de corpos celestes com características próprias, distintas da dos outros oito planetas maiores, e que foram recentemente rebaptizados agora de planetas anões. Por outro lado, no outro extremo do espectro da sua dimensão, entre os quase 200 exoplanetas (planetas em órbita de uma estrela que não o nosso Sol) que já foram descobertos, há os que possuem dimensões tão gigantescas que se irá colocar brevemente um outro problema de classificação formal: onde ficará situada a fronteira entre o que será considerado um planeta gigante e uma estrela anã.
Admitindo, e apenas para efeitos de simplificação expositiva, que o que sabemos actualmente sobre a vida a pode qualificar como a capacidade de uma molécula ultracomplexa poder produzir cópias de si mesma usando os elementos que a rodeiam, não se pode excluir que, para o futuro, quando houver uma verdadeira exobiologia todas as nossas certezas actuais sejam subvertidas por novos processos de reprodução, alguns já imaginados*, outros (ainda) não.
* No filme 2010, por exemplo, o monólito começa a duplicar-se, antes de desencadear a explosão de Júpiter. Onde obterá ele a matéria-prima para se duplicar? Poderá o monólito ser considerado um objecto vivo? E em A Ameaça de Andrómedra (The Andromedra Strain), noutro exemplo, o exorganismo tem possibilidades infinitas de sofrer mutações mas só consegue subsistir numa banda estreitíssima de Ph.
* No filme 2010, por exemplo, o monólito começa a duplicar-se, antes de desencadear a explosão de Júpiter. Onde obterá ele a matéria-prima para se duplicar? Poderá o monólito ser considerado um objecto vivo? E em A Ameaça de Andrómedra (The Andromedra Strain), noutro exemplo, o exorganismo tem possibilidades infinitas de sofrer mutações mas só consegue subsistir numa banda estreitíssima de Ph.
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