As notícias, por vezes, são como as sardinhas: as pequenas (e discretas) são as mais saborosas. Por uma quarta vez consecutiva, alguém violou o segredo de justiça e o Público traz mais uma apetitosa conversa telefónica constante das escutas do processo designado por apito dourado (p.9).
Desta vez é José Veiga a pedir um outro favor, diferente, a Valentim Loureiro. O major é, claramente, um homem das Arábias. Do Norte, evidentemente, mas do Norte das Arábias… O pedido de Veiga foi para que o major lhe reduzisse uma pena que havia recebido por ter sido autuado em excesso de velocidade.
Segundo o relato, o major terá prometido que falava com o governador civil de Aveiro e a pena acabou por vir a ser reduzida. O que há de bizarro neste relato é que, segundo creio, não são governadores civis os responsáveis pelas decisões de aplicação de sanções nestes casos, mas sim juízes.
Humanamente, até é compreensível que um juiz se tenha disposto a fazer um favor a um amigo que lho pediu. O aborrecido é que, para efeitos de propaganda e de imagem, a da justiça é sempre representada de venda nos olhos por uma razão precisa… E assim, o que até seria desculpável, não pode ter desculpa.
Aos escroques do costume, de tão enroscados na merda, mais um, menos outro destes episódios não deve fazer qualquer diferença. Pior será para aqueles que não estão habituados a ser salpicados, como este meritíssimo juiz que considerará que apenas fez um favor ao passarão errado…
Bem pode ser por causa destes e doutros prosaicos salpicos que afectem quem está dentro do aparelho de justiça que os sons do famigerado apito nunca mais se ouvem…
Desta vez é José Veiga a pedir um outro favor, diferente, a Valentim Loureiro. O major é, claramente, um homem das Arábias. Do Norte, evidentemente, mas do Norte das Arábias… O pedido de Veiga foi para que o major lhe reduzisse uma pena que havia recebido por ter sido autuado em excesso de velocidade.
Segundo o relato, o major terá prometido que falava com o governador civil de Aveiro e a pena acabou por vir a ser reduzida. O que há de bizarro neste relato é que, segundo creio, não são governadores civis os responsáveis pelas decisões de aplicação de sanções nestes casos, mas sim juízes.
Humanamente, até é compreensível que um juiz se tenha disposto a fazer um favor a um amigo que lho pediu. O aborrecido é que, para efeitos de propaganda e de imagem, a da justiça é sempre representada de venda nos olhos por uma razão precisa… E assim, o que até seria desculpável, não pode ter desculpa.
Aos escroques do costume, de tão enroscados na merda, mais um, menos outro destes episódios não deve fazer qualquer diferença. Pior será para aqueles que não estão habituados a ser salpicados, como este meritíssimo juiz que considerará que apenas fez um favor ao passarão errado…
Bem pode ser por causa destes e doutros prosaicos salpicos que afectem quem está dentro do aparelho de justiça que os sons do famigerado apito nunca mais se ouvem…
NOTA: Os enganos são para se reconhecer e segundo Torquato da Luz me informou são mesmo governadores-civis os responsáveis pela atribuição das sanções rodoviárias... Assim sendo o poste perde a razão de ser. Quem se dispõe a ocupar um lugar de perfil eminentemente político e com tão pouco prestígio na actualidade como governador-civil, parece improvável incomodar-se com uns salpicos do major.
Este Valentim Loureiro nem consegue merecer qualquer comentário... Simplesmente execrável!
ResponderEliminarCreio que o "passarão" ia a voar baixinho! Deve ter sido por isso que a Justiça nem o ouviu passar...
ResponderEliminarÉ lógico que não o podia ver passar; é cega!
Mas a verdade é que, mesmo com todas estas fugas de informação que estão a dar à sociedade a imagem de uma enorme podridão que envolve todo o funcionamento do topo do futebol, o major, Pinto da Costa, Luis Filipe Vieira e todos aqueles outros que têm sido nomeados nas escutas a permutar favores parecem permanecer tranquilos.
ResponderEliminarQuem os pretende derrubar?
Meu caro, por estranho que lhe pareça, a verdade é que essa é uma competência do governador civil. Mas é claro que há lugar a recurso para os tribunais.
ResponderEliminarUm abraço.
Cambada de "cuscos" esses rapazes da P.J.!
ResponderEliminarGastam tempo, paciência e dinheiro a escutar conversas telefónicas que não têm qualquer interesse...
Agora, que descobriram que não há legislação para este tipo de corrupção, lá vai o equipamento para o "prego", para reembolsar as despesas que os agentes tiveram que pagar dos seus próprios bolsos, porque nunca há verba!
"Tudo isto existe/tudo isto é triste/tudo isto é fado"...
Obrigado pelo esclarecimento meu caro Torquato da Luz. Já adicionei uma nota ao post, que fica assim como... sem efeito.
ResponderEliminarNão duvidando de si, a lógica administrativa (se a houver) por detrás da competência atribuída ao governador-civil é que me deixa...
E eu que pensava que eles (governadores-civis) já só nomeavam representantes para os sorteios e que era por isso que o governo queria acabar com eles!