Aparentemente, em Timor tem existido no terreno a cooperação entre forças policiais que tem faltado nas chancelarias a propósito da condução do seu destino. Numa notícia de um jornal australiano, apesar do título, relata-se como as forças da GNR foram chamadas a evacuar um destacamento policial australiano que se viu envolvido num confronto com 200 manifestantes timorenses que lhes atiravam pedras, tendo ferido, ainda que ligeiramente, alguns polícias.
Poderá ter algum significado o aparecimento duma notícia deste tipo num jornal australiano – dado o pequeno brilharete da prestação das cores nacionais seria uma notícia típica para um jornal português – mas se se confirma que o tipo de conflito existente em Timor é o descrito pela notícia, então percebe-se mais claramente o absurdo constituído pela teimosia australiana na manutenção do enorme dispositivo militar australiano, ao arrepio das opções da ONU*.
Estando excluído o interesse de lidar com os jovens contestatários timorenses à maneira chilena ou argentina (i.e. os jovens desaparecem…), resta ao exército australiano empregar o estilo israelita – do tipo intifada – que, como pudemos observar repetidas pela televisão, não é muito abonatória para a imagem do exército que responde às pedras com balas. Assim, como afirma a ONU, o dispositivo de segurança está saturado de militares inúteis e carente de elementos policiais.
O assunto (Timor) continua embrulhado em Nova Iorque e passou agora para segunda prioridade após o aparecimento da questão do Líbano. Mas todo ele poderia ser muito simplificado se a diplomacia australiana não o tratasse da mesma forma que o faz com os seus outros protectorados da região. Parece não ser apenas Portugal que reage negativamente aquele estilo: a China e a França (que ainda possui interesses na região por causa da Nova Caledónia) mostraram-no no Conselho de Segurança.
Em condições normais, Portugal, antiga potência colonizadora, nunca se poderia medir naquela região com a Austrália. Esta pela sua conduta, que se permite ter por causa dos apoios que recolhe do seu lado, também colheu as suas antipatias e alguns países preferem esconder-se (Indonésia? China?) por detrás de quem estará melhor colocado para fazer face à Austrália: Portugal. É esta circunstância excepcional que nos torna algo importantes do outro lado do mundo.
Mas isso há-de passar. Mas, por agora, somos um pouco como aquele puto franzino do liceu que é respeitado por causa dos matulões com quem se dá…
* Segundo as opções da ONU, o dispositivo de segurança em Timor-Leste assentaria na redução da componente militar para um pequeno batalhão (350 efectivos) e pelo reforço da componente policial para 1.600 efectivos. A proporção entre militares e policias no contingente australiano ali destacado é a inversa a esta.
Poderá ter algum significado o aparecimento duma notícia deste tipo num jornal australiano – dado o pequeno brilharete da prestação das cores nacionais seria uma notícia típica para um jornal português – mas se se confirma que o tipo de conflito existente em Timor é o descrito pela notícia, então percebe-se mais claramente o absurdo constituído pela teimosia australiana na manutenção do enorme dispositivo militar australiano, ao arrepio das opções da ONU*.
Estando excluído o interesse de lidar com os jovens contestatários timorenses à maneira chilena ou argentina (i.e. os jovens desaparecem…), resta ao exército australiano empregar o estilo israelita – do tipo intifada – que, como pudemos observar repetidas pela televisão, não é muito abonatória para a imagem do exército que responde às pedras com balas. Assim, como afirma a ONU, o dispositivo de segurança está saturado de militares inúteis e carente de elementos policiais.
O assunto (Timor) continua embrulhado em Nova Iorque e passou agora para segunda prioridade após o aparecimento da questão do Líbano. Mas todo ele poderia ser muito simplificado se a diplomacia australiana não o tratasse da mesma forma que o faz com os seus outros protectorados da região. Parece não ser apenas Portugal que reage negativamente aquele estilo: a China e a França (que ainda possui interesses na região por causa da Nova Caledónia) mostraram-no no Conselho de Segurança.
Em condições normais, Portugal, antiga potência colonizadora, nunca se poderia medir naquela região com a Austrália. Esta pela sua conduta, que se permite ter por causa dos apoios que recolhe do seu lado, também colheu as suas antipatias e alguns países preferem esconder-se (Indonésia? China?) por detrás de quem estará melhor colocado para fazer face à Austrália: Portugal. É esta circunstância excepcional que nos torna algo importantes do outro lado do mundo.
Mas isso há-de passar. Mas, por agora, somos um pouco como aquele puto franzino do liceu que é respeitado por causa dos matulões com quem se dá…
* Segundo as opções da ONU, o dispositivo de segurança em Timor-Leste assentaria na redução da componente militar para um pequeno batalhão (350 efectivos) e pelo reforço da componente policial para 1.600 efectivos. A proporção entre militares e policias no contingente australiano ali destacado é a inversa a esta.
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