Há uma mini-série bastante interessante que a 2: tem estado a retransmitir, com o título Corrida ao Espaço (Space Race no original), e que devo ter perdido na altura da transmissão original, talvez porque, possivelmente, a transmissão estaria agendada lá para a meia-noite. Agora está a ser retransmitida às onze da noite e o horário melhorou…
A série cobre, ao longo de um período de 25 anos (1944-1969), a corrida entre as duas superpotências da guerra-fria pela supremacia no espaço, culminada pela chegada do Homem à Lua em Julho de 1969. A corrida é personalizada nas figuras de Wernher von Braun (1912-1978) pelo lado americano, e de Sergey Korolyov (1907-1966), pelo lado soviético.
Achei-a muito interessante, apesar de algumas omissões e simplificações excessivas do que se sabe que aconteceu, embora isso tenha que se tornar aceitável para benefício de um argumento mais acessível. A vitória dos Estados Unidos, no final, é também simbólica da outra vitória, a da guerra-fria, que se verificou 20 anos depois.
É curioso, para além de fortemente paradoxal, que durante a corrida espacial tivessem sido os Estados Unidos, a grande potência capitalista defensora dos benefícios das dinâmicas da concorrência, que tivessem apostado na concentração de todos os seus esforços espaciais numa única agência espacial: a NASA*.
Pelo contrário, como se veio a saber depois, na União Soviética existia uma concorrência feroz entre equipas rivais, especialmente as duas lideradas por Sergey Korolyov e por Vladimir Chelomei (este último nem chega a aparecer na série) que se degladiavam a disputar os parcos recursos - comparativamente aos atribuídos à NASA - que o poder político soviético disponibilizava para a corrida espacial.
A corrida espacial foi uma extraordinária proeza técnica da humanidade, embora se possa apreciar agora quão inconsequente era do ponto de vista do seu desenvolvimento económico. Ao contrário da grande epopeia dos descobrimentos, a que é normalmente comparada, depois dos pioneiros não se veio a estabelecer nenhum fluxo regular entre a Terra e o seu Satélite natural.
Mas daquela corrida sempre perdurou a convenção que qualquer potência que tenha aspirações precisa de apresentar um programa espacial próprio ambicioso. Ainda recentemente, para se destacar e entrar num clube que tinha permanecido restrito aos Estados Unidos e à Rússia, a China enviou, de forma autónoma e com a sua própria tecnologia os seus primeiros homens no espaço.
A série cobre, ao longo de um período de 25 anos (1944-1969), a corrida entre as duas superpotências da guerra-fria pela supremacia no espaço, culminada pela chegada do Homem à Lua em Julho de 1969. A corrida é personalizada nas figuras de Wernher von Braun (1912-1978) pelo lado americano, e de Sergey Korolyov (1907-1966), pelo lado soviético.
Achei-a muito interessante, apesar de algumas omissões e simplificações excessivas do que se sabe que aconteceu, embora isso tenha que se tornar aceitável para benefício de um argumento mais acessível. A vitória dos Estados Unidos, no final, é também simbólica da outra vitória, a da guerra-fria, que se verificou 20 anos depois.
É curioso, para além de fortemente paradoxal, que durante a corrida espacial tivessem sido os Estados Unidos, a grande potência capitalista defensora dos benefícios das dinâmicas da concorrência, que tivessem apostado na concentração de todos os seus esforços espaciais numa única agência espacial: a NASA*.
Pelo contrário, como se veio a saber depois, na União Soviética existia uma concorrência feroz entre equipas rivais, especialmente as duas lideradas por Sergey Korolyov e por Vladimir Chelomei (este último nem chega a aparecer na série) que se degladiavam a disputar os parcos recursos - comparativamente aos atribuídos à NASA - que o poder político soviético disponibilizava para a corrida espacial.
A corrida espacial foi uma extraordinária proeza técnica da humanidade, embora se possa apreciar agora quão inconsequente era do ponto de vista do seu desenvolvimento económico. Ao contrário da grande epopeia dos descobrimentos, a que é normalmente comparada, depois dos pioneiros não se veio a estabelecer nenhum fluxo regular entre a Terra e o seu Satélite natural.
Mas daquela corrida sempre perdurou a convenção que qualquer potência que tenha aspirações precisa de apresentar um programa espacial próprio ambicioso. Ainda recentemente, para se destacar e entrar num clube que tinha permanecido restrito aos Estados Unidos e à Rússia, a China enviou, de forma autónoma e com a sua própria tecnologia os seus primeiros homens no espaço.
Quantos aos homens da série, mesmo descontando os emblezamentos da ficção, fica a convicção que tanto Braun como Korolyov eram daqueles homens de alma grande sobre os quais Fernando Pessoa disse que vale sempre a pena…
* NASA: acrónimo de National Aeronautics and Space Administration (Administração Nacional da Aeronáutica e do Espaço).
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