15 de Fevereiro de 2014. Um dos tópicos do momento era o amianto nos edifícios públicos. E, como se pode ler acima na parte destacada, o próprio primeiro-ministro Passos Coelho havia prometido durante o debate quinzenal na Assembleia da República que uma lista daqueles edifícios estaria concluída dentro de dois meses. De passagem, havia o remoque para os governos que haviam antecedido o seu desde 2002: a lista devia ter sido feita há 11 anos! Contudo, a promessa solene do primeiro-ministro rapidamente se tornou numa paródia quando, uma semana depois, se constatou que aquela lista ou semelhante já havia, o que nunca houvera fora disposição para actuar na remoção do amianto dos edifícios que o continham ou poderiam conter! Trabalho preparatório que não acarretasse grandes custos, isso houvera, sim, trabalho efectivo, isso é que não! E o governo de Passos Coelho também não fugiu a essa tradição: também ele apresentou (mais) uma lista de edifícios com amianto (embora já se soubesse que ela era dispensável) e que também não se tenha cumprido o prazo de dois meses que Passos Coelho havia prometido (foram precisos cinco meses e meio para apresentar a lista que se sabia ser desnecessária...). Mas também, quem é que cumpre prazos em Portugal, para mais quando o produto do trabalho é inútil?... E também não consta que, depois das listas todas elaboradas, a antiga e a nova, e na posse de toda aquela riqueza informativa, o governo de Passos Coelho se tenha esmerado em acções rápidas e concretas para recuperar tempo perdido na remoção do reconhecido agente cancerígeno. Há dez anos, temos aqui um exemplo clássico de política: fingir que se vai fazer, mas nada se faz, mas ainda assim aproveitar para criticar os outros que o precederam. E pensar que há quem tenha saudades deste gajo...
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