Às primeiras horas de 23 de Fevereiro de 1944, cerca de 120.000 soldados soviéticos cercaram os mais importantes centros urbanos da República Socialista Soviética Autónoma da Chechénia. Alegando que a esmagadora maioria da população daquela nacionalidade colaborara com as tropas invasoras alemãs, e beneficiando-se paradoxalmente do facto de que a maioria da sua população adulta masculina estar ausente por ter sido mobilizada para a guerra contra a Alemanha, cerca de 500.000 chechenos foram levados para estações ferroviárias (foto acima), de onde foram expedidos para territórios da Ásia Central, nas Repúblicas do Cazaquistão e da Quirguízia. Em 6 dias, de 23 a 28 de Fevereiro de 1944, a operação de limpeza étnica estava concluída, muito embora os deslocados tivessem ainda demorado entre três e quatro semanas a chegar aos destinos. Impressiona perceber que a capacidade logística mobilizada para esta limpeza étnica - envolvendo 120.000 soldados (1 para 4 deportados), quase 200 comboios de 65 vagões cada, um orçamento de 150 milhões de rublos - nunca tivera quaisquer precedentes na história da URSS quanto à sua brutalidade e eficácia, e que isso se deve à guerra e à mobilização de guerra. Por exemplo, o transporte dos deportados até às estações foi muito mais rápido porque se fez em camiões Studebaker norte-americanos, que haviam sido fornecidos aos soviéticos ao abrigo das leis de empréstimo e arrendamento. A União Soviética de Estaline procedeu a acções idênticas de limpeza étnica ou limpeza sociológica com outras nacionalidades sobre as quais não tinha confiança. Neste caso, os chechenos só foram autorizados a regressar à sua região de origem a partir de 1957.
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