16 fevereiro 2024

NORMALMENTE, O QUE É URGENTE NÃO É IMPORTANTE E O QUE É IMPORTANTE NÃO É URGENTE

Pode-se recuperar da edição do jornal Público de 16 de Fevereiro de 2004 o contraste entre dois temas constantes das páginas daquele jornal. Enquadrando o primeiro deles, Pedro Santana Lopes - sempre ele! - dera uma entrevista ao jornal Expresso anunciando que, se Cavaco Silva não se candidatasse à presidência da República - cujas eleições só teriam lugar dali por quase dois anos (Janeiro de 2006)! - ele avançaria como candidato da área da direita política! E o circo mediático tinha-se instalado com armas e bagagens prontos a comentar - com seriedade! - a aleivosia. No Público avançava-se com um editorial escrito por Eduardo Dâmaso, recuperavam-se citações de Vasco Pulido Valente no Diário de Notícias e de José Leite Pereira no Jornal de Notícias, para além da indispensável referência ao que dissera Marcelo Rebelo de Sousa no seu espaço de comentário dominical na TVI. Convido o leitor do blogue a clicar em cima da imagem para, a 20 anos de distância, ler o que aquelas figuras achavam da outra figura, e a importância que isso projectaria para o futuro. Em contraste, e enquadrando o segundo tema, dali por um mês iria haver eleições gerais em Espanha (14 de Março de 2014) e José Loureiro dos Santos elaborava uma análise de quais seriam as oportunidades e as ameaças da evolução das relações dos dois países ibéricos. Também aqui convido o leitor a clicar no artigo para avaliar a forma como ele envelheceu nestes 20 anos. Creio que do exercício comparativo das duas leituras se pode concluir que, normalmente, aquilo que é urgente quase nunca é importante e aquilo que é importante raramente é urgente. Para as primeiras é preciso frenesim, para as segundas é preciso inteligência.

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