A conjugação destas duas notícias da mesma publicação - a revista Sábado - demonstra como se tornou fácil verificar contradições noticiosas que, aparentemente, os próprios profissionais que lá trabalham não se dão ao encargo de rectificar. Assim, ainda há uns escassos dezasseis meses, Setembro de 2022 e por ocasião da substituição de Marta Temido por Manuel Pizarro na pasta da Saúde, a revista em questão dava destaque ao facto da mulher de Pizarro ser a bastonária dos nutricionistas, alguém, deduz-se, portanto, com alguma projecção - própria e autónoma - na área da Saúde. Hoje, noutro artigo da Sábado, e porque a mesma «passou a coordenadora no Instituto Ricardo Jorge» sugerem-se suspeitas de favorecimento. São patentes os esforços da visada em desmentir as suspeições: «está no topo da carreira», «o cargo não é de chefia», não há «acrescento salarial», «nenhum ministro ou secretário de Estado decide este tipo de promoções». Os argumentos parecem-me esmagadores, a revista nem os refuta, mas a notícia saiu à mesma... e com ela a aura de suspeição. Eu não aprecio mesmo nada Manuel Pizarro, considero-o um ministro medíocre, sem ideias e sem soluções, com a agravante de não ser sincero nas suas relações com o público e de nos estar sempre a dar música - mas isto é uma pulhice que lhe fazem através da mulher, e ainda por cima, uma pulhice estúpida. É tão estúpida que, se eu não tivesse os jornalistas na conta de tão estúpidos e incompetentes, consideraria a hipótese da notícia ter sido avançada com o especial intuito de suscitar alguma simpatia pelo ministro.
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