(Republicação por ocasião do 30º aniversário)
Porque estamos na quadra, torna-se oportuno contar aqui uma história de contornos carnavalescos que se passa no Carnaval e que envolve até o presidente do país do dito, o Brasil. Um presidente ocasional, por sinal. Acima, Itamar Franco (1930-2011) era um discreto político mineiro que fora eleito para o cargo de vice-presidente em conjunto na chapa com Collor de Melo em 1990. Foi apenas a resignação forçada deste último que acabou por vir a colocar Itamar Franco na presidência a substitui-lo nos finais de 1992.
Sendo desde o princípio uma escolha de compromisso, sem uma facção que o apoiasse, a sua discrição irritava os media, sobretudo a imprensa cor-de-rosa. Divorciado e sem uma primeira-dama oficial, Itamar representava uma ameaça para o ganha-pão de toda essa sub-especialidade jornalística. Até que a 14 de Fevereiro de 1994, pelo Carnaval, surgiu a ocasião para a desforra deles, quando Itamar Franco se deixou fotografar no camarote presidencial na companhia de uma carinhosa modelo de 27 anos, Lilian Ramos (abaixo).
Havia sobretudo uma fotografia (abaixo), tirada de um ângulo pouco comum, que mostrava toda a intimidade de Lilian Ramos que, certamente devido ao calor que então se fazia sentir, não usava cuecas… Em condições normais, aquele episódio teria sido apenas o início de um não mais acabar de anedotas picarescas, como aquela que especulava se a mangueira – que é também o nome de uma famosa escola de samba – chegara a subir a avenida?... Mais a sério, o mundo político brasileiro pode ser tão enfadonho quanto qualquer outro…
Muitos foram os que pediram a demissão de Itamar Franco a pretexto desse episódio – como se fizesse algum sentido o presidente responsabilizar-se pela roupa interior dos que o cercam… As coisas correram melhor para Lilian Ramos, para a sua notoriedade e carreira. Chegou a vir a Portugal e a ser entrevistada na SIC num programa de então que se intitulava Na cama com…, uma entrevista de 45 minutos! Essa mesma SIC que não terá dado igual importância sequer a Itamar Franco quando ele se tornou embaixador em Portugal em 1995-96...
Sendo desde o princípio uma escolha de compromisso, sem uma facção que o apoiasse, a sua discrição irritava os media, sobretudo a imprensa cor-de-rosa. Divorciado e sem uma primeira-dama oficial, Itamar representava uma ameaça para o ganha-pão de toda essa sub-especialidade jornalística. Até que a 14 de Fevereiro de 1994, pelo Carnaval, surgiu a ocasião para a desforra deles, quando Itamar Franco se deixou fotografar no camarote presidencial na companhia de uma carinhosa modelo de 27 anos, Lilian Ramos (abaixo).
Havia sobretudo uma fotografia (abaixo), tirada de um ângulo pouco comum, que mostrava toda a intimidade de Lilian Ramos que, certamente devido ao calor que então se fazia sentir, não usava cuecas… Em condições normais, aquele episódio teria sido apenas o início de um não mais acabar de anedotas picarescas, como aquela que especulava se a mangueira – que é também o nome de uma famosa escola de samba – chegara a subir a avenida?... Mais a sério, o mundo político brasileiro pode ser tão enfadonho quanto qualquer outro…
Muitos foram os que pediram a demissão de Itamar Franco a pretexto desse episódio – como se fizesse algum sentido o presidente responsabilizar-se pela roupa interior dos que o cercam… As coisas correram melhor para Lilian Ramos, para a sua notoriedade e carreira. Chegou a vir a Portugal e a ser entrevistada na SIC num programa de então que se intitulava Na cama com…, uma entrevista de 45 minutos! Essa mesma SIC que não terá dado igual importância sequer a Itamar Franco quando ele se tornou embaixador em Portugal em 1995-96...
Aliás, aqueles foram anos de televisão de qualidade em Portugal, seguindo os padrões impostos por Emídio Rangel. E é numa homenagem sentida a Emídio Rangel que esclareço que a versão não censurada da fotografia acima, aquela com a periquita à mostra, a tal que verdadeiramente dará audiências que este blogue merece, pode ser vista nesta ligação…
Lembro-me perfeitamente desse episódio e das conversas que desencadeou (juntamento com as recriminações sobre Itamar, como se ele fosse obrigado a fazer alguma busca à roupa interior de quem o rodeava), e lembrei-me áliás há pouco tempo, quando Itamar morreu. Mas creio que nem se falou do episódio, provavelmente porque as reportagens necrológicas se dedicam sempre às qualidades da personalidade que visam.
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