08 fevereiro 2024

A BATALHA DE PORTO ARTHUR

Porto Arthur - que hoje é conhecida por Lüshunkou - era uma cidade portuária do norte da China que os russos haviam ocupado para a transformar numa base naval para a sua frota do Extremo Oriente. E não haviam sido os únicos a fazê-lo. Como se depreende do mapa acima, outras potências - a Alemanha (Tsingtao), o Reino Unido (Weihaiwei) e o Japão (Seul) - haviam feito o mesmo. E todas se vigiavam reciprocamente num ambiente tenso. A 8 de Fevereiro de 1904, os nipónicos decidiram tomar a iniciativa e - sem qualquer declaração prévia de guerra - a sua frota atacou a sua homóloga russa ancorada em Porto Arthur. O ataque foi desencadeado pela calada da noite e a acção preponderante dos atacantes foi o lançamento de torpedos visando os navios russos acostados. Mas só 3 dos 16 torpedos lançados atingiram alvos. A frota japonesa afastou-se para depois regressar já de dia, por causa de relatos optimistas demais do sucesso do primeiro ataque. E aí passou um mau bocado, devido ao efeito combinado da frota russa e das suas baterias costeiras que protegiam o porto. No computo global os russos sofreram cerca de 150 mortos, os japoneses 90, e as imagens da acção exibidas abaixo pela propaganda japonesa não têm nada a ver com o que aconteceu. Para os especialistas a batalha saldou-se por uma vitória táctica para os russos, mas uma vitória estratégica para os japoneses, já que a frota russa do Extremo Oriente ficou paralisada no porto, tornando-se, em vez de um activo, um fardo para o esforço de guerra russa. Essa e muitas outras lições se iriam extrair da guerra russo-japonesa que então começava e que só terminaria no ano seguinte com a vitória japonesa. Mas duas lições se extraem desta iniciativa do Japão: em primeiro lugar, que eles eram capazes de atacar quem considerassem inimigo sem qualquer pré-aviso formal (como tornariam a fazer em 1941 em Pearl Harbor); em segundo lugar, que conseguiam ser de um optimismo delirante quando avaliavam as baixas causadas ao inimigo (isso iria ser um erro recorrente de todas as batalha aeronavais que travaram durante a Guerra do Pacífico).

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