Abstraindo-nos do espectáculo dos debates televisivos, façamos esta reflexão sobre as transformações que o espectro partidário da política portuguesa tem vindo a sofrer nas últimas eleições. Reconheça-se que o instinto de Pedro Santana Lopes estava correcto: havia uma tendência para a direita portuguesa se cindir e reconfigurar. O problema para Santana Lopes é que uma facção dessa direita era composta por pessoas com ideias à procura de um protagonista, enquanto o que ele tinha para lhes oferecer era apenas um protagonista sem ideias (Um protagonista sem nada na cabeça, para ser mais preciso...). E, descontando as ideias que uns tinham e os outros não, ficou só o azul claro. Decerto que alguém estudou a razão para que estas direitas fossem azuis claras. Não sei se já repararam, mas também não deve ser por acaso que as cores dominantes do cabeçalho do Observador são como são. É compreensível: as pessoas tendem a não fazer essa associação, porque não o consideram um projecto político camuflado de órgão de comunicação social...
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