Também fui vítima deste bullying bancário e não sei se posso dar o processo por encerrado, já que tive um primeiro encerramento em falso. A notícia em termos genéricos, tal qual é apresentada pelo jornal, perde o detalhe kafkiano de alguns dos dados que nos são pedidos. Assim, entre as perguntas que me bloqueavam o acesso à aplicação de telemóvel por onde costumo pagar contas, contava-se uma a saber se eu pretendia continuar a manter a morada para onde o banco se havia correspondido desde sempre. Se eu não lhes dissesse que continuava a morar no sítio onde sempre morei e que ali pretendia permanecer, então, por causa das razões ponderosas que são explanadas «na Lei nº 83/2017, regulamentada pelo Aviso nº1/2022 do banco de Portugal», não teria quaisquer hipóteses de utilizar a aplicação do telemóvel para pagar as minhas contas. E fui ameaçado que se seguiria o bloqueio dos cartões. Isto é muito estúpido. Diria mesmo kafkiano para aqueles que saibam quem foi Franz Kafka e que ele escreveu um livro intitulado «O Processo». Não há prodígio explicativo que me faça conseguir associar estes pormenores de ter que recertificar a minha morada com o «combate ao branqueamento de capitais e ao financiamento do terrorismo» da referida Lei... Houve um (ou vários) imbecil(s) na cadeia burocrática que perdeu(eram) de vista o bom senso e o resultado está à vista e eu gostaria de (por uma vez) saber os seus nomes. Só para eles passarem uma vergonha, uma espécie de orelhas de burro mediáticas... Isso é que era bom jornalismo!
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