Este quadro de Velazquez conta-se entre a meia dúzia dos mais favoritos dos meus favoritos da pintura mundial, apesar de poder considerar-se um dos expoentes máximos do nacionalismo castelhano/espanhol, pelo qual nutro muito pouca simpatia.
Pintado em 1635, sobre um acontecimento ocorrido dez anos antes, a captura da cidade e fortaleza de Breda nos Países Baixos, o episódio serve também para relembrar que a revolta destes contra o domínio espanhol da dinastia de Habsburgo se saldou por um semi-sucesso: a metade setentrional ganhou a independência, mas a metade meridional (a Bélgica actual) permaneceu sob domínio espanhol.
O quadro é dominado pela exuberância desmesurada que costuma caracterizar o estilo castelhano/espanhol: os vencedores (à direita) com as lanças ao alto – o que justifica o nome oficioso do quadro: As Lanças – e a atitude condescendente do general espanhol ao receber as chaves da cidade. Uma boa descrição do quadro pode ser lida aqui. A fotografia do quadro também pode ser ampliada, clicando-lhe em cima.
Apesar de não ter lido o facto em nenhum lado, depois de ter visto o quadro original no Museu do Prado em Madrid, ninguém me tira da ideia que aquele cavalo de garupa virada para o observador no lado direito do quadro foi um arranjo posterior de Velazquez, para esconder a figura de alguém do lado espanhol que entretanto havia caído em desgraça. O génio, por vezes, também nasce da necessidade de improvisação.
Pintado em 1635, sobre um acontecimento ocorrido dez anos antes, a captura da cidade e fortaleza de Breda nos Países Baixos, o episódio serve também para relembrar que a revolta destes contra o domínio espanhol da dinastia de Habsburgo se saldou por um semi-sucesso: a metade setentrional ganhou a independência, mas a metade meridional (a Bélgica actual) permaneceu sob domínio espanhol.
O quadro é dominado pela exuberância desmesurada que costuma caracterizar o estilo castelhano/espanhol: os vencedores (à direita) com as lanças ao alto – o que justifica o nome oficioso do quadro: As Lanças – e a atitude condescendente do general espanhol ao receber as chaves da cidade. Uma boa descrição do quadro pode ser lida aqui. A fotografia do quadro também pode ser ampliada, clicando-lhe em cima.
Apesar de não ter lido o facto em nenhum lado, depois de ter visto o quadro original no Museu do Prado em Madrid, ninguém me tira da ideia que aquele cavalo de garupa virada para o observador no lado direito do quadro foi um arranjo posterior de Velazquez, para esconder a figura de alguém do lado espanhol que entretanto havia caído em desgraça. O génio, por vezes, também nasce da necessidade de improvisação.
Inteiramente de acordo.
ResponderEliminarObrigado Pedro Correia pela sua referência no seu Corta-Fitas.
ResponderEliminarA questão do "figurão" escondido pelo cavalo era até uma espécie de desafio a um eventual leitor passante mais bem informado, que soubesse que o quadro havia sido pesquisado sob raios-X e se houvesse descoberto qualquer coisa lá debaixo...
Protagonizei uma cena linda quando tinha 15 anos... meus pais "discutindo" sobre esta obra no Louve na minha presença. Meu pai arquiteto dizia que o quadro não era nada de sensacional porque pelo que entendi, ele reclamava que Velasquez quebrava a harmonia das obras Renascentistas, todas geometricamente equilibradas, com esta "desordem" na tela. Minha mãe, professora de história da arte defendia que isso tornava o quadro genial. Que o cavalo de garupa voltada para nós trazia uma provocação doa artistas. Que ser artista é quebrar tabus, e criar a beleza na desordem.
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