Confesso a minha dificuldade em discutir apenas em abstracto os problemas associados à Procriação Medicamente Assistida (PMA), como, aliás, se tem vindo a fazer, e bem, no Defender o Quadrado.
Tenho reparado como a imprensa, como acontece com o Diário de Notícias de ontem (dia 25), gosta de se concentrar na cobertura dos casos especiais, como o das lésbicas, excluídas da lei actual, a quem o jornal deu uma cobertura alargada.
A minha confessada dificuldade no tema em abstracto não quer dizer que isso também aconteça quando confrontado com situações concretas. Veja-se o seguinte exemplo extraído de um dos vários artigos sobre o tema do Diário de Notícias:
Fabíola Neto Cardoso (…) já deu várias entrevistas como militante da causa LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais), mas esta é a primeira vez que fala como mãe. Fabíola tem dois filhos, um rapaz e uma rapariga. Ele tem três anos e meio e ela quase dois. O primeiro filho nasceu de um projecto a duas. A relação entretanto terminou mas o Luna continuou a ter duas mães, que partilham a vida e a educação do filho como qualquer casal civilizado que decide separar-se. A Maira já nasceu da livre iniciativa de Fabíola, que estava sozinha quando tomou a iniciativa de engravidar de novo. Tem por isso uma só mãe, se bem que a ex-companheira tenha uma relação de grande proximidade e afecto com a Maira.(…)
Isto parece-me um caso esforçado para fazer passar por absolutamente normal algo que, pelo contrário, se revela até bastante bizarro. Na actualidade, o que separa, objectivamente, a relação da ex-companheira da Fabíola com os dois filhos dela? Um foi um projecto compartilhado consigo e a outra foi um outro projecto diferente?
Vão-me desculpar o eventual conservadorismo e a ironia, mas projectos em grupo ou a solo são expressões que se empregam e tem cabimento quando nos estamos a referir à edição de discos. Mas crianças e discos são coisas completamente diferentes. Começando por que as crianças não são coisas…
Tenho reparado como a imprensa, como acontece com o Diário de Notícias de ontem (dia 25), gosta de se concentrar na cobertura dos casos especiais, como o das lésbicas, excluídas da lei actual, a quem o jornal deu uma cobertura alargada.
A minha confessada dificuldade no tema em abstracto não quer dizer que isso também aconteça quando confrontado com situações concretas. Veja-se o seguinte exemplo extraído de um dos vários artigos sobre o tema do Diário de Notícias:
Fabíola Neto Cardoso (…) já deu várias entrevistas como militante da causa LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transexuais), mas esta é a primeira vez que fala como mãe. Fabíola tem dois filhos, um rapaz e uma rapariga. Ele tem três anos e meio e ela quase dois. O primeiro filho nasceu de um projecto a duas. A relação entretanto terminou mas o Luna continuou a ter duas mães, que partilham a vida e a educação do filho como qualquer casal civilizado que decide separar-se. A Maira já nasceu da livre iniciativa de Fabíola, que estava sozinha quando tomou a iniciativa de engravidar de novo. Tem por isso uma só mãe, se bem que a ex-companheira tenha uma relação de grande proximidade e afecto com a Maira.(…)
Isto parece-me um caso esforçado para fazer passar por absolutamente normal algo que, pelo contrário, se revela até bastante bizarro. Na actualidade, o que separa, objectivamente, a relação da ex-companheira da Fabíola com os dois filhos dela? Um foi um projecto compartilhado consigo e a outra foi um outro projecto diferente?
Vão-me desculpar o eventual conservadorismo e a ironia, mas projectos em grupo ou a solo são expressões que se empregam e tem cabimento quando nos estamos a referir à edição de discos. Mas crianças e discos são coisas completamente diferentes. Começando por que as crianças não são coisas…
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