Devo a Gabriel Alves a percepção de quão pouco a sério levo o futebol. Depois de anos consecutivos a ouvi-lo falar das equipas que dispunham as suas pedras no terreno ou que assumiam uma postura muito competitiva, com aquela indiferença de quem está a ouvir balelas, surpreendi-me certa vez a ouvi-lo falar de vinhos e, dessa vez para variar, conseguiu ganhar a minha atenção porque parecia saber do que estava a falar.
Nestas coisas do futebol parece, pela comunicação social, que as posições se extremaram para Pacheco Pereira e os restantes adeptos, os da bandeira e do cachecol. Ora considero haver um universo bastante extenso de permeio entre eles. Pacheco Pereira bem tenta fazer crer que gosta de futebol, mas tem o aspecto de, quando era menino e já era esquisito, nunca ter iniciado uma colecção de cromos da bola.
Os outros extremos, anónimos, são os exemplares que até conseguem estragar um directo da TVI, porque diante das perguntas argutas do entrevistador, enervam-se e não conseguem articular uma frase com sujeito, predicado e complemento. Mas há que reconhecer que eles estão em desvantagem: o entrevistador ou a entrevistadora da TVI tiveram oportunidade de ensaiar repetidamente a pergunta…
Não me identificando com este último grupo, desdenhando a hipótese de iniciar um qualquer clube com Pacheco Pereira – estou mesmo desconfiado que ele nunca faria parte de um clube cujo número de sócios fosse superior a um – resta-me descrever a minha posição em relação ao futebol e a este Mundial. Que aprecio como se aprecia um espectáculo; ontem, livre de pressões, gostei muito do futebol de ataque e do espectáculo proporcionado pela Argentina.
Quanto à selecção, já aqui demonstrei que não gosto de patriotismos forçados (como o do Eng. Belmiro), e considero todo esta história da selecção um outro patriotismo forçado. Longe vão os tempos em que as selecções, recrutadas maioritariamente entre os jogadores que actuavam nos respectivos campeonatos nacionais, representavam simultaneamente a habilidade e o entrosamento do grupo e o estilo do futebol praticado no seu país.
Actualmente, as principais selecções de futebol parecem uma redistribuição, só que feita de outra maneira, dos mesmos jogadores que actuam nas principais equipas europeias. Ou seja uma confusão que o saudoso Nuno Brás já há 24 anos fazia, presciente, quando apresentando Dalglish trocava a ordem dos factores da apresentação consagrada: do canónico o jogador escocês ao serviço do Liverpool para o jogador do Liverpool ao serviço da selecção escocesa, na apresentação inovadora do comentador nortenho.
Ao fim e ao cabo, parece que Nuno Brás nem se apercebia da distinção entre o atributo do jogador que era definitivo – a sua nacionalidade escocesa – com aquele que era transitório – ser jogador do Liverpool. Mas, terminando como comecei, o futebol nunca foi para ser levado muito a sério… Desde que seja um bom espectáculo… e, já agora, que seja a equipa portuguesa a proporcioná-lo.
Nestas coisas do futebol parece, pela comunicação social, que as posições se extremaram para Pacheco Pereira e os restantes adeptos, os da bandeira e do cachecol. Ora considero haver um universo bastante extenso de permeio entre eles. Pacheco Pereira bem tenta fazer crer que gosta de futebol, mas tem o aspecto de, quando era menino e já era esquisito, nunca ter iniciado uma colecção de cromos da bola.
Os outros extremos, anónimos, são os exemplares que até conseguem estragar um directo da TVI, porque diante das perguntas argutas do entrevistador, enervam-se e não conseguem articular uma frase com sujeito, predicado e complemento. Mas há que reconhecer que eles estão em desvantagem: o entrevistador ou a entrevistadora da TVI tiveram oportunidade de ensaiar repetidamente a pergunta…
Não me identificando com este último grupo, desdenhando a hipótese de iniciar um qualquer clube com Pacheco Pereira – estou mesmo desconfiado que ele nunca faria parte de um clube cujo número de sócios fosse superior a um – resta-me descrever a minha posição em relação ao futebol e a este Mundial. Que aprecio como se aprecia um espectáculo; ontem, livre de pressões, gostei muito do futebol de ataque e do espectáculo proporcionado pela Argentina.
Quanto à selecção, já aqui demonstrei que não gosto de patriotismos forçados (como o do Eng. Belmiro), e considero todo esta história da selecção um outro patriotismo forçado. Longe vão os tempos em que as selecções, recrutadas maioritariamente entre os jogadores que actuavam nos respectivos campeonatos nacionais, representavam simultaneamente a habilidade e o entrosamento do grupo e o estilo do futebol praticado no seu país.
Actualmente, as principais selecções de futebol parecem uma redistribuição, só que feita de outra maneira, dos mesmos jogadores que actuam nas principais equipas europeias. Ou seja uma confusão que o saudoso Nuno Brás já há 24 anos fazia, presciente, quando apresentando Dalglish trocava a ordem dos factores da apresentação consagrada: do canónico o jogador escocês ao serviço do Liverpool para o jogador do Liverpool ao serviço da selecção escocesa, na apresentação inovadora do comentador nortenho.
Ao fim e ao cabo, parece que Nuno Brás nem se apercebia da distinção entre o atributo do jogador que era definitivo – a sua nacionalidade escocesa – com aquele que era transitório – ser jogador do Liverpool. Mas, terminando como comecei, o futebol nunca foi para ser levado muito a sério… Desde que seja um bom espectáculo… e, já agora, que seja a equipa portuguesa a proporcioná-lo.
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