Longe da exposição mediática a que os acontecimentos no Iraque têm estado a ser expostos, os do Afeganistão vão-se desenrolando em paralelo para uma conclusão que se afigura previsível: mais um estado esfrangalhado, uma manta de retalhos que bem poderá ser idêntica à do mapa que ornamenta este post.
Para justificar as disputas por um determinado país, os comentadores costumam agrupar os países em três grupos: os países ricos em recursos (é fácil explicar as causas pela disputa do Koweit e do seu petróleo), os países potencialmente ricos em recursos (no caso do Chade, por exemplo, não tendo petróleo, pode ter umas jazidas inexploradas de níquel ou molibdénio – minerais estratégicos!) ou – argumento fatal para justificar o interesse das potências pelo país quando a terra é pobre e os habitantes paupérrimos – é porque ocupa uma posição estratégica.
Todos os países pelas leis da física ocupam uma posição, compete à imaginação dos comentadores especializados nestes assuntos arranjar as razões para que ela se torne estratégica. E normalmente, com jeito, arranjam-se. Até a Mongólia Exterior ocupa uma posição estratégica: basta descobrir um oleoduto que a atravesse que ligue a Rússia e a China.
E o Afeganistão pertence ao grupo destes países que só se tornam importantes pensando na sua posição estratégica. E é por não terem interesse nenhum que se tornam num frete, quando se ocupam militarmente, como aconteceu com os britânicos no século XIX, os soviéticos na década de 1980 e agora com os Estados Unidos que, depois de derrubarem os taliban, chamaram a NATO para ver se se conseguiam despegar do assunto para dedicar mais atenção ao Iraque.
No Afeganistão, para além da infinidade de milícias com os seus santuários geográficos, e as consequentes combinações infinitas de alianças que se podem fazer entre elas, há a curiosidade do contingente NATO ser também ele muito variado, associando cerca de 30 países, alguns deles (como a Austrália) não pertencendo mesmo à organização.
Pese embora toda a boa vontade das nações envolvidas (entre as quais se conta Portugal), pensando na eficácia do conjunto na eventualidade de a situação se agravar, sinto-me tentado a concordar com o comentário de um antigo chefe militar que, quando lhe perguntaram o que pensava da extensa variedade de exércitos nacionais que estavam sob o seu comando, respondeu que faziam uns desfiles de um colorido ímpar!
Para justificar as disputas por um determinado país, os comentadores costumam agrupar os países em três grupos: os países ricos em recursos (é fácil explicar as causas pela disputa do Koweit e do seu petróleo), os países potencialmente ricos em recursos (no caso do Chade, por exemplo, não tendo petróleo, pode ter umas jazidas inexploradas de níquel ou molibdénio – minerais estratégicos!) ou – argumento fatal para justificar o interesse das potências pelo país quando a terra é pobre e os habitantes paupérrimos – é porque ocupa uma posição estratégica.
Todos os países pelas leis da física ocupam uma posição, compete à imaginação dos comentadores especializados nestes assuntos arranjar as razões para que ela se torne estratégica. E normalmente, com jeito, arranjam-se. Até a Mongólia Exterior ocupa uma posição estratégica: basta descobrir um oleoduto que a atravesse que ligue a Rússia e a China.
E o Afeganistão pertence ao grupo destes países que só se tornam importantes pensando na sua posição estratégica. E é por não terem interesse nenhum que se tornam num frete, quando se ocupam militarmente, como aconteceu com os britânicos no século XIX, os soviéticos na década de 1980 e agora com os Estados Unidos que, depois de derrubarem os taliban, chamaram a NATO para ver se se conseguiam despegar do assunto para dedicar mais atenção ao Iraque.
No Afeganistão, para além da infinidade de milícias com os seus santuários geográficos, e as consequentes combinações infinitas de alianças que se podem fazer entre elas, há a curiosidade do contingente NATO ser também ele muito variado, associando cerca de 30 países, alguns deles (como a Austrália) não pertencendo mesmo à organização.
Pese embora toda a boa vontade das nações envolvidas (entre as quais se conta Portugal), pensando na eficácia do conjunto na eventualidade de a situação se agravar, sinto-me tentado a concordar com o comentário de um antigo chefe militar que, quando lhe perguntaram o que pensava da extensa variedade de exércitos nacionais que estavam sob o seu comando, respondeu que faziam uns desfiles de um colorido ímpar!
Há muita papoila no Afeganistão. Mas não há assim tanta riqueza no Afeganistão por causa das papoilas.
ResponderEliminarSegundo estimativas, os custos de produção e transporte na origem representam apenas 5 a 10% do preço de revenda do produto final aos consumidores (heroína no caso).
No caso de outro país e de outra droga, mas ainda assim comparável, a importância do famoso Pablo Escobar começou quando os colombianos se passaram a encarregar do transporte e da entrega da cocaína nos Estados Unidos.
É na intermediação que está o risco e o dinheiro, não na produção.