Um dos episódios de Yes, Prime Minister!, começa com o regresso de James Hacker, o primeiro-ministro, à sua residência oficial, o número 10 de Downing Street, num estado de espírito exuberante, porque a sessão de perguntas do Parlamento lhe havia corrido particularmente de feição. Uma das perguntas tinha sido assim:
- Depois, perguntaram-me por que é que, apesar de todo o dinheiro gasto com o novo míssil anti-míssil, ele foi posto de lado e considerado obsoleto na véspera de o primeiro sair da linha de produção.
Humphrey (Nota: Sir Humphrey Appleby, o secretário permanente e grande rival de Hacker na condução dos destinos do Reino Unido…) tinha curiosidade em saber como me safara daquela.
- Tive uma saída magistral. Não me procurei safar. A minha resposta foi um autêntico golpe de génio. Limitei-me a dizer: A nossa política não foi tão eficaz como esperávamos e é óbvio que nos saímos mal.
Humphrey ficou de boca aberta. Estava profundamente chocado por eu ter reconhecido uma coisa daquelas. Mas foi uma resposta brilhante. Fiz uma jogada de antecipação. Na Câmara dos Comuns uma resposta inteiramente honesta tem sempre a vantagem da surpresa.
Os episódios desta série têm entre 20 a 25 anos e há trechos onde continuam mais actuais que nunca. Ontem, Zapatero, o primeiro-ministro espanhol foi ao Parlamento Espanhol admitir o erro sobre a política que o seu governo vinha conduzindo em relação ao tratamento a dar à organização terrorista basca ETA.
Foi uma resposta brilhante e uma jogada de antecipação que deixou o líder da oposição, Mariano Rajoy, a fazer figura de urso. O que não asseguro é que a resposta tenha sido inteiramente honesta e, claro, nem me atrevo a especular porque é que, entre os assessores do PSOE, se escolheu a via da sinceridade para lidar com o problema.
Mas reconheço, na mesma onda de boa disposição com que Hacker a descreveu, que falar verdade uma vez por outra em política tem algo de refrescante que dispõe bem. Por exemplo, quão benéfico não seria ouvirmos José Sócrates confessar que terá sido por distracção sua que Pina Moura se escapuliu entre os pingos da chuva e arranjou aquele lugar de deputado…
- Depois, perguntaram-me por que é que, apesar de todo o dinheiro gasto com o novo míssil anti-míssil, ele foi posto de lado e considerado obsoleto na véspera de o primeiro sair da linha de produção.
Humphrey (Nota: Sir Humphrey Appleby, o secretário permanente e grande rival de Hacker na condução dos destinos do Reino Unido…) tinha curiosidade em saber como me safara daquela.
- Tive uma saída magistral. Não me procurei safar. A minha resposta foi um autêntico golpe de génio. Limitei-me a dizer: A nossa política não foi tão eficaz como esperávamos e é óbvio que nos saímos mal.
Humphrey ficou de boca aberta. Estava profundamente chocado por eu ter reconhecido uma coisa daquelas. Mas foi uma resposta brilhante. Fiz uma jogada de antecipação. Na Câmara dos Comuns uma resposta inteiramente honesta tem sempre a vantagem da surpresa.
Os episódios desta série têm entre 20 a 25 anos e há trechos onde continuam mais actuais que nunca. Ontem, Zapatero, o primeiro-ministro espanhol foi ao Parlamento Espanhol admitir o erro sobre a política que o seu governo vinha conduzindo em relação ao tratamento a dar à organização terrorista basca ETA.
Foi uma resposta brilhante e uma jogada de antecipação que deixou o líder da oposição, Mariano Rajoy, a fazer figura de urso. O que não asseguro é que a resposta tenha sido inteiramente honesta e, claro, nem me atrevo a especular porque é que, entre os assessores do PSOE, se escolheu a via da sinceridade para lidar com o problema.
Mas reconheço, na mesma onda de boa disposição com que Hacker a descreveu, que falar verdade uma vez por outra em política tem algo de refrescante que dispõe bem. Por exemplo, quão benéfico não seria ouvirmos José Sócrates confessar que terá sido por distracção sua que Pina Moura se escapuliu entre os pingos da chuva e arranjou aquele lugar de deputado…
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