Mesmo para quem nunca tenha desfilado ou assistido sequer a desfiles militares creio que é perceptível a aparência negligente dos protagonistas que se transmite deste desfile de marinheiros portugueses nesta fotografia tirada por alturas da 1ª Guerra Mundial. Os homens parecem nem estar formados por alturas e, embora de passo certo, cada um segura a espingarda à sua maneira e olha para o seu lado – em frente, pró chão, pró lado ou pró fotógrafo...
Parecem ser o símbolo de um regime que, estabelecido em 1910 por uma acção militar (embora restrita), também se habituara a demonstrações de força dos militares de quando em vez e mesmo a pronunciamentos, como um complemento à tradicional gramática da disputa política. O que transformava estes marinheiros da fotografia numa espécie de pretorianos de uma qualquer das facções do regime.
O grande problema deu-se quando, com a entrada na Primeira Guerra Mundial, os membros dessas mesmas Forças Armadas tiveram de partir para teatros de operações no cumprimento daquilo que é a sua missão, onde as lacunas de preparação dos seus militares se faziam sentir cruelmente. Chega a ser doloroso ler referências do diário do tenente R.C.G. Dartford, um dos nove oficiais britânicos adido à 1ª Brigada de Infantaria do Corpo Expedicionário Português (CEP) em França, sobre o seu trabalho de instrução dos portugueses sobre a guerra de trincheiras.
A 3 de Maio (1917): Fiz os portugueses praticarem tiro durante a fase importante que dura cerca de uns 10 minutos onde há luz suficiente para se ver o parapeito mas não para se distinguirem as cabeças. Tirei um enorme prazer ao trazer os oficiais portugueses a descoberto para a linha da frente… E a 10 de Maio: Estou farto de explicar as coisas uma vez e mais outra e mais outra ao Capitão Pissarro. E a 13: O primeiro batalhão português a partir sozinho para a linha da frente foi o 34º. Na primeira noite lançaram 700 foguetes iluminantes e dispararam 500.000 tiros!
Não fossem os 7.000 mortos portugueses reportados e poder-se-ia dizer que a Grande Guerra havia sido uma guerra para esquecer. Ou melhor: para não esquecer, sobretudo a lição sobre os efeitos que a politização dos quadros e a negligência na formação podem ter na qualidade das Forças Armadas.
Parecem ser o símbolo de um regime que, estabelecido em 1910 por uma acção militar (embora restrita), também se habituara a demonstrações de força dos militares de quando em vez e mesmo a pronunciamentos, como um complemento à tradicional gramática da disputa política. O que transformava estes marinheiros da fotografia numa espécie de pretorianos de uma qualquer das facções do regime.
O grande problema deu-se quando, com a entrada na Primeira Guerra Mundial, os membros dessas mesmas Forças Armadas tiveram de partir para teatros de operações no cumprimento daquilo que é a sua missão, onde as lacunas de preparação dos seus militares se faziam sentir cruelmente. Chega a ser doloroso ler referências do diário do tenente R.C.G. Dartford, um dos nove oficiais britânicos adido à 1ª Brigada de Infantaria do Corpo Expedicionário Português (CEP) em França, sobre o seu trabalho de instrução dos portugueses sobre a guerra de trincheiras.
A 3 de Maio (1917): Fiz os portugueses praticarem tiro durante a fase importante que dura cerca de uns 10 minutos onde há luz suficiente para se ver o parapeito mas não para se distinguirem as cabeças. Tirei um enorme prazer ao trazer os oficiais portugueses a descoberto para a linha da frente… E a 10 de Maio: Estou farto de explicar as coisas uma vez e mais outra e mais outra ao Capitão Pissarro. E a 13: O primeiro batalhão português a partir sozinho para a linha da frente foi o 34º. Na primeira noite lançaram 700 foguetes iluminantes e dispararam 500.000 tiros!
Não fossem os 7.000 mortos portugueses reportados e poder-se-ia dizer que a Grande Guerra havia sido uma guerra para esquecer. Ou melhor: para não esquecer, sobretudo a lição sobre os efeitos que a politização dos quadros e a negligência na formação podem ter na qualidade das Forças Armadas.
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