
Já posso contudo especular quanto as expressões de Murray não seriam muito diferentes das daquele programa, se ele fosse hipoteticamente convidado a aparecer, acompanhado de intérprete, no concurso da RTP O Preço Certo apresentado por Fernando Mendes, um ícone do genuíno humor português, ou mesmo naquela paródia ao concurso feita recentemente pelos Gato Fedorento. Mas, em contrapartida, fica-me a suspeita que poucas gargalhadas genuínas daquela assistência se ouviriam se Jerry Seinfeld lá fosse actuar… mesmo de tradutor ao lado.
* Já me ocorreu que a tradução do título do filme para a versão portuguesa (O Amor é um Lugar Estranho) contivesse, ela mesma, uma espécie de mensagem cabalística do que representa, em concreto, falhar completamente uma tradução.
Cada um no seu lugar.
ResponderEliminarFernando Mendes, por natureza (espírito e físico) é um ícone da revista, da laracha barata que até pode ter piada quando vista e ouvida no seu contexto próprio.
A animar uma emissão daquele tipo só concorre para baixar (mais ainda) o nível.
É tão mau como o Marco Paulo quando este tinha a sua emissão na qual entrevistava ilustres convidados, fazendo perguntas que lia num papelinho que escondia (como podia) na palma da mãozinha marota com que, a seguir, brincava com o microfone, "jongleur" de circo de Inverno.
Às vezes não é erro de tradução, mas de escolha, de selecção, de "casting", como é fino dizer...
O meu ponto é precisamente esse, Paciente: cada um no seu lugar! Podemos julgar bizarro o divertimento de um japonês de cabelo pintado e que não percebemos nada do que diz, mas também podemos imaginar o efeito que um gorducho baixote risonho (Mendes), mesmo acompanhado das coqueluches da comédia nacional do momento, causaria em estrangeiros que não entendessem nada do que se dissesse… E o mesmo se aplica reciprocamente às vedetas da comédia norte-americana, se se perder a capacidade de entender o que dizem…
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