Uma das ocasiões em que me apercebi mais frontalmente do choque de gerações aconteceu quando tentei explicar aos meus filhos que, na minha infância e juventude, a televisão era a preto e branco, com um canal mais um adicional de bónus. E a escolha fazia-se, não entre que canal ver, mas entre ver ou não ver televisão…
Devem ter posto a mesma expressão de incompreensão que eu devo ter feito quando, por sua vez, me explicaram a beleza de ouvir os relatos dos jogos de hóquei em patins na rádio e a surpresa da minha mãe quando, ao vivo, descobriu que o árbitro afinal não usava patins… A minha mãe também não poderia conceber o que seria viver sem electricidade em casa…
Adivinhando o que foram os choques da instalação da electricidade, da compra do primeiro rádio (enorme, de válvulas, em casa dos meus avós…) e da primeira televisão, pude presenciar o frenesim que acompanhou a compra e instalação da TV a cores, acompanhada da promoção que a RTP fez do evento e da forte campanha publicitária que todas as marcas de televisores promoveram na altura. Por uma época, os detergentes perderam o protagonismo.
Desde aquela época, sempre me intrigou a falta de lógica subjacente à promoção, em anúncios televisivos, de uma qualquer televisão a cores, gabando-lhe o rigor da imagem e o realce das cores no ecrã da referida televisão tão gabada. Ora como nós estamos a ver o anúncio numa televisão activa, será com o rigor de imagem e o realce de cores (se as houvesse…) da televisão em que vemos o anúncio que apreciamos as imagens que passam no pseudo-ecrã do anúncio…
Mas, sendo a concorrência forte e densa – a um anúncio da Philips, sucedia-se um da Grundig, depois de um da Sony e de outra da Salora – houve quem não se desorientasse numa época em que a predisposição para o consumo ia todo para as (caras) televisões a cores. Lembro-me de um anúncio televisivo aos despertadores Peter cuja mensagem forte era: Despertadores Peter sorteiam televisores a cores!...
Devem ter posto a mesma expressão de incompreensão que eu devo ter feito quando, por sua vez, me explicaram a beleza de ouvir os relatos dos jogos de hóquei em patins na rádio e a surpresa da minha mãe quando, ao vivo, descobriu que o árbitro afinal não usava patins… A minha mãe também não poderia conceber o que seria viver sem electricidade em casa…
Adivinhando o que foram os choques da instalação da electricidade, da compra do primeiro rádio (enorme, de válvulas, em casa dos meus avós…) e da primeira televisão, pude presenciar o frenesim que acompanhou a compra e instalação da TV a cores, acompanhada da promoção que a RTP fez do evento e da forte campanha publicitária que todas as marcas de televisores promoveram na altura. Por uma época, os detergentes perderam o protagonismo.
Desde aquela época, sempre me intrigou a falta de lógica subjacente à promoção, em anúncios televisivos, de uma qualquer televisão a cores, gabando-lhe o rigor da imagem e o realce das cores no ecrã da referida televisão tão gabada. Ora como nós estamos a ver o anúncio numa televisão activa, será com o rigor de imagem e o realce de cores (se as houvesse…) da televisão em que vemos o anúncio que apreciamos as imagens que passam no pseudo-ecrã do anúncio…
Mas, sendo a concorrência forte e densa – a um anúncio da Philips, sucedia-se um da Grundig, depois de um da Sony e de outra da Salora – houve quem não se desorientasse numa época em que a predisposição para o consumo ia todo para as (caras) televisões a cores. Lembro-me de um anúncio televisivo aos despertadores Peter cuja mensagem forte era: Despertadores Peter sorteiam televisores a cores!...
Era o princípio de Peter...
ResponderEliminarA propósito de electricidade, ouvi há minutos que o Governo se prepara para legislar contra-relógio e contra a ERSE, a tal entidade que regula (????) os preços da energia.
Disseram que a nova lei reduzirá para menos de metade o aumento do custo da "luz".
Se assim for, teremos o Governo a dizer publicamente que a ERSE é incompetente ou desonesta.
Se não for ambas as coisas.
Já agora, quem precisa desta ERSE?
Só se forem os administradores, não nós os administrados ou (mal) regulados...
As televisões Salora!
ResponderEliminarOra aqui está uma memória que eu tinha perdido. Será que essa marca ainda existe?
Ainda existe Rantas! Vai ao Google e hás-de descobrir que o estilo dos anúncios da Salora perdura: só loirinhos e loirinhas! Era como o sabonete Nordika, o "perfume dos pinheiros dos bosques da Noruega"!
ResponderEliminarSe calhar, foram estas fantasias, mais a social-democracia sueca que afectaram a juventude de Sócrates e lhe criaram estas fixações com a Finlândia...