Não é por não serem percebidos nos filmes ou nas fotografias que devemos esquecer a importância dos odores na História. E, a fazer fé naquilo que nos contaram os nossos avós dos tempos ainda próximos do início do Século XX, quando ainda quase não havia saneamento básico ou água corrente, inúmeras vezes os aromas que povoavam a rua eram intensos, orgânicos e… poderosamente mal cheirosos.
Nunca mais me esqueço da forma como um veterano da Guerra da Coreia enriqueceu a sua descrição da paisagem dos arrozais coreanos – de uma forma a torná-la inesquecível! – ao mencionar o odor que pairava no ar: como no Extremo Oriente o fertilizante mais utilizado nos arrozais eram os excrementos humanos, isso adicionava à paisagem agrícola o fedor nauseabundo de um esgoto…
Conforme as concebo, muitas das reconstituições históricas do quotidiano antigo que se pretendessem rigorosas deviam conter ruas apertadas, galinhas á solta, palha pisada, bostas de animais pululando pelo chão e crianças andrajosas, porcas e ranhosas a que se adiciona um fedor que devia tornar um artigo de primeira necessidade os perfumes que as classes sociais elevadas usavam.
E as pessoas distintas usá-los-iam (aos perfumes) não só para se protegerem das inclemências do exterior como também para disfarçar as suas próprias idiossincrasias. É que a tradição do banho das culturas mediterrânicas (grega, romana, islâmica) foi outras das vítimas das invasões bárbaras na Europa. E é preciso não esquecer que há aspectos da higiene pessoal que a água não resolve, como é o caso da higiene oral…
Sim, porque quem goste da História e sonhe em viajar ao passado para ali conhecer os seus heróis no original – e já não falo dos eventuais problemas de comunicação por causa da evolução da língua falada – teria de ir preparado para se poder encontrar com alguém que não toma banho há meses, talvez com uma dúzia de dentes na boca e um hálito capaz de matar-as-moscas-das-redondezas…
Nunca mais me esqueço da forma como um veterano da Guerra da Coreia enriqueceu a sua descrição da paisagem dos arrozais coreanos – de uma forma a torná-la inesquecível! – ao mencionar o odor que pairava no ar: como no Extremo Oriente o fertilizante mais utilizado nos arrozais eram os excrementos humanos, isso adicionava à paisagem agrícola o fedor nauseabundo de um esgoto…
Conforme as concebo, muitas das reconstituições históricas do quotidiano antigo que se pretendessem rigorosas deviam conter ruas apertadas, galinhas á solta, palha pisada, bostas de animais pululando pelo chão e crianças andrajosas, porcas e ranhosas a que se adiciona um fedor que devia tornar um artigo de primeira necessidade os perfumes que as classes sociais elevadas usavam.
E as pessoas distintas usá-los-iam (aos perfumes) não só para se protegerem das inclemências do exterior como também para disfarçar as suas próprias idiossincrasias. É que a tradição do banho das culturas mediterrânicas (grega, romana, islâmica) foi outras das vítimas das invasões bárbaras na Europa. E é preciso não esquecer que há aspectos da higiene pessoal que a água não resolve, como é o caso da higiene oral…
Sim, porque quem goste da História e sonhe em viajar ao passado para ali conhecer os seus heróis no original – e já não falo dos eventuais problemas de comunicação por causa da evolução da língua falada – teria de ir preparado para se poder encontrar com alguém que não toma banho há meses, talvez com uma dúzia de dentes na boca e um hálito capaz de matar-as-moscas-das-redondezas…
No Rio de Janeiro existe um "canal" que liga a Baixada Fluminense ao mar, destinado a águas pluviais.
ResponderEliminarEm tempo seco arrasta poluição de todos os géneros e emana um cheiro tão característico que os cariocas o rebaptizaram como o "Canal N.º 5".
Coco Chanel deve dar voltas no túmulo!!!
Será por isso que se diz que "o hálito não faz o monge"?
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