
Aconteceu um acidente parecido há quatro anos sobre a Suíça, quando um TU-154 russo colidiu em pleno ar com um Boeing 757 de carga, por culpa das faltas de pessoal e das falhas pessoais do controlo de terra, como se veio a descobrir depois. Contudo, logo de imediato, surgiram notícias sobre as deficiências técnicas do aparelho russo, atribuindo-lhes a causa próxima da colisão. Esta história acabou ainda pior porque o controlador pessoalmente responsável acabou assassinado pelo marido e pai de três vítimas do acidente.
Agora, no seguimento da colisão entre dois aparelhos sobre a selva amazónica no Brasil onde, felizmente, um dos aparelhos conseguiu aterrar, já apareceram comentários oriundos da parte do aparelho sobrevivente, tentando transferir as responsabilidades para o deficiente controlo aéreo brasileiro, já prontamente desmentidas por ele que aponta os (bons) resultados da segurança aérea registados no seu espaço aéreo.
Se a tradição se mantiver, apresentando assim conclusões precipitadas sustentadas em argumentos sobranceiros sobre o subdesenvolvimento alheio, não me surpreenderia mesmo nada que se viesse a concluir que tivesse sido precisamente esse aparelho o responsável pela catástrofe…
Creio já ter passado o tempo de atribuir, por sistema ou por facilidade, a culpa dos acidentes aos pilotos mortos e ao "erro humano".
ResponderEliminarOs inquéritos, embora sempre sujeitos a pressões diversas, ganharam credibilidade e, neste caso, o facto de as autoridades brasileiras terem impedido os tripulantes do jacto "executivo" de abandonarem o país, é capaz de querer dizer alguma coisa...
No caso do acidente que aconteceu na Suiça, o erro foi duplo: o sitema de anti-colisão actuou (nos dois aviões!) e, se os tripulantes russos tivessem obedecido ao computador, a colisão teria sido evitada. O contolador deu-lhes uma ordem contraditória... e eles acreditaram nele, com os resultados conhecidos.
Nota:
Que eu saiba, só nos EUA e na Europa é que o sistema de anti-colisão é obrigatório!