Há apresentações que, se calhar, ficam a valer muito mais do que os programas que apresentam. Aquela imagem inicial do mapa da Ponderosa que se vai incendiar a partir de Virgínia City, enquanto arrancavam os primeiros acordes da música do genérico, valia, só pelo sabor da antecipação, quase meio Bonanza…
Era uma época (meados de 60) em que eu mal percebia o que se passava nos episódios de Bonanza (nunca percebi muito bem o que tinha acontecido ao Adam, o irmão mais velho, que desapareceu subitamente do genérico) embora, como qualquer puto, apreciasse todo aquele armamento, que era inseparável de qualquer western. A família de Bonanza, composta pelo pai Ben, pelos três meio-irmãos e pelo cozinheiro chinês era disfuncional, mas não se falava disso.
Com Lancer (1968), série aqui transmitida logo no início da década de 70, eu já percebia a história e já percebia de armamento (o colt 45 e a espingarda winchester) e dos respectivos adereços o suficiente para poder especificar que, para o Natal, queria o coldre descaído – à pistoleiro – e que o colt devia ser preto, a imitar os dos filmes, não aquelas mariquices prateadas que se vendiam para aí… A família Lancer também era disfuncional, com um pai e dois meio-irmãos, mas já o era assumidamente.
A revolução dos géneros chegou aos westerns em meados da década de 70 com Uma Pequena Casa na Pradaria (Little House on the Prairie - 1974), onde a família Ingalls tinha tudo para ser estável: pai, mãe e três adoráveis filhas. Depois das mulheres começaram a usar calças, depois dos putos começarem a brincar com bonecas (Action Man), o que só faltava mesmo era fazerem westerns para as miúdas, sem pistolas…
Para ouvir Bonanza e outras canções da TV
ResponderEliminarhttp://memoriatv.blogspot.com/