09 outubro 2006

OS RAIOS J

A propósito dos anúncios outonais da atribuição dos prémios Nobel, e de um desafio que lancei aqui na blogosfera, desconhecendo que o assunto era mais hermético (do que me penitencio…) do que supunha mas que, também por isso, o torna passível de uma teoria da conspiração mais tenebrosa, logo muito mais saborosa…

A história começa com a atribuição do prémio Nobel da Física de 1917, ano em que, recorde-se, a Europa estava mergulhada em plena Primeira Guerra Mundial e em que, por causa disso, o interesse geral pelos galardões científicos devia andar muito por baixo, para não dizer nada da associação imediata que se verificava entre o progresso científico e as suas aplicações militares…

Nesse ano, o prémio Nobel da Física foi para o britânico Charles Glover Barkla por trabalhos relacionados com, segundo se lê nas listas de galardoados, a descoberta de emissões características de raios Röntgen pelos elementos. A descoberta dos mesmos raios Röntgen (mais conhecidos como raios X) já havia valido a Wilhelm Röntgen o primeiro prémio Nobel da categoria em 1901.

Avançando agora com a cautela de leigo na matéria (será que o Nuno Crato me poderá ajudar?), consta que entre a teoria elaborada por Charles Barkla – e que lhe valeu o galardão - se apontava para uma emissão de uma radiação a que atribuiu a letra J – os tais raios J – que vieram a ter o ligeiro defeito de ninguém os ter chegado a encontrar…

Percebe-se facilmente que o assunto, a ser verdadeiro (não consegui assegurar-me categoricamente que ele fosse fidedigno), constituiria um embaraço para o comité Nobel – mesmo em retrospectiva. Conjugado com o hermetismo do assunto, é compreensível que as referências, mesmo na internet, sejam escassas. Mesmo assim, sobre ele ainda encontrei isto e isto.

De resto, seria o tipo de fiasco que apenas tornaria mais humanos os membros do organismo que, ao longo de mais de um século, tem sido responsável pelo escrutínio de milhares e milhares de contribuições científicas para a selecção das centenas de prémios Nobel científicos que foram atribuídos até à data e que lhe mantém o prestígio.

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