01 outubro 2006

TEMPO DE BALANÇO – 1

Todos nós já nos deparámos com situações em que alguém, que ficou petrificado na altura dos acontecimentos, depois constrói (muitas vezes convicta e convincentemente) um mito em que a acção apenas decorreu sem ele apenas por factores do acaso:
- Se vocês não me tivessem segurado – e ninguém segurou… – aí é que eu tinha…

Ora os comentários de Jorge Sampaio a respeito do célebre caso do envelope 9, embora cuidadosos como sempre, parecem indiciar uma atitude de quem teria feito diferente se as circunstâncias fossem outras: … quando fiz a minha intervenção, faltava um mês para o fim do meu mandato. Já se passaram seis meses e, entretanto, há um novo Presidente da República. Eu estou à disposição do senhor PR para lhe dar a minha opinião.

Sinceramente, para quem passou por aquele cargo em dois mandatos e por dez anos onde as coisas verdadeiramente importantes lhe passaram à frente do nariz – valerá a pena reevocá-las? - e os acabou a fazer apelos a quem ninguém prestava atenção nenhuma, é descaramento de Jorge Sampaio, para não falar já da deselegância para com Cavaco Silva, esta sua atitude que soa mesmo a:
- Havia de ser comigo… Porque quando era, foi o que se viu...

1 comentário:

  1. Da opinião à decisão vai um passo demasiado grande para muitas pernas...
    Exemplos (maus!) não faltam!

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