Há quem não tenha visto esta comédia de 1982 e a esses eu recomendo vivamente que a vejam. Há quem se lembre dela, especialmente do papelão de Dustin Hoffman, que faz simultaneamente de actor desempregado que acaba por arranjar um emprego bem pago numa telenovela, mas no papel de... mulher. E o pior é que quase todos, incluindo toda a equipa e elenco da novela - incluindo a apaixonada (Jessica Lange) - o julgam uma mulher!
O que poucos ainda se lembrarão foram as razões porque Michael Dorsey (Dustin Hoffman) se dispôs a arranjar aquele emprego: ele queria arranjar dinheiro para levar à cena uma peça de vanguarda de que gostava muito, escrita pelo seu amigo Jeff (Bill Murray) e que, ficamos a saber pela opinião do agente de Michael (Sydney Pollack), se anunciava como um previsível fiasco de bilheteira.
No fim tudo acaba bem, a peça de Jeff é finalmente encenada com o dinheiro que Michael tinha arranjado que, como previsto, ali ficou enterrado. Eu bem sei que isto se passava no mundo da ficção, mas no mundo de fronteiras fluidas entre realidade e ficção em que parecem evoluir os okupas do Rivoli, não lhes ficaria mal, agora que a representação da ocupação do Rivoli terminou, que, copiando Hoffman, eles se fizessem á estrada e concorressem aos castings da Floribela ou dos Morangos com Açúcar…
O que poucos ainda se lembrarão foram as razões porque Michael Dorsey (Dustin Hoffman) se dispôs a arranjar aquele emprego: ele queria arranjar dinheiro para levar à cena uma peça de vanguarda de que gostava muito, escrita pelo seu amigo Jeff (Bill Murray) e que, ficamos a saber pela opinião do agente de Michael (Sydney Pollack), se anunciava como um previsível fiasco de bilheteira.
No fim tudo acaba bem, a peça de Jeff é finalmente encenada com o dinheiro que Michael tinha arranjado que, como previsto, ali ficou enterrado. Eu bem sei que isto se passava no mundo da ficção, mas no mundo de fronteiras fluidas entre realidade e ficção em que parecem evoluir os okupas do Rivoli, não lhes ficaria mal, agora que a representação da ocupação do Rivoli terminou, que, copiando Hoffman, eles se fizessem á estrada e concorressem aos castings da Floribela ou dos Morangos com Açúcar…
Os nossos geniais autores e actores sentem-se incompreendidos, desdenham a plebe ignorante, mas sabem estender a mão ao subsídio para espectáculos para minorias que deliram com os filmes do etéreo ManOel de Oliveira.
ResponderEliminarPor mim, deixava-os no Rivoli, fechados a sete chaves, agrilhoados, a representar uns para os outros o "Huis Clos" enquanto ficariam "À espera de Godot".
No filme Tootsie, Jeff o dramaturgo (Bill Murray) tem uma tirada que sintetiza magistralmente em poucas linhas a petulância ridícula das vanguardas artísticas:
ResponderEliminar- I don't like when somebody comes up to me the next day and says, "Hey, man, I saw your play. It touched me; I cried." I like it when a guy comes up to me a week later and says, "Hey, man, I saw your play... what happened?"
(Não gosto quando alguém vem ter comigo no dia seguinte e diz "É pá, vi a tua peça. Tocou-me tanto que até chorei." Eu gosto é quando um gajo vem ter comigo uma semana depois e diz "É pá, vi a tua peça... o que é que aquilo queria dizer?")
Esta é uma das comédias da minha vida. Genial, hilariante e absolutamente actual.
ResponderEliminarJá fiquei bem disposta hoje só de passar por aqui.
Folgo muito em ter feito tanto com tão pouco, Marta...
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