07 novembro 2006

PRÓS E CONTRAS sem contras…

A propósito dos participantes mais destacados do programa de ontem da RTP Prós e Contras que tratava dos nossos problemas orçamentais, e partindo do pressuposto - provável - que o elenco que ali vimos resultou, não das escolhas iniciais de Fátima Campos Ferreira mas dos convidados que mostraram disponibilidade para ali comparecer, torna-se eloquente a camisa de onze varas onde o maior partido da oposição anda metido quando se trata de se pronunciar sobre alguns dos assuntos mais relevantes da nossa actualidade política.

Ao contrário de algumas análises mais superficiais que já li, é perfeitamente admissível que o painel dos convidados para o programa resultasse mais das disponibilidades dos economistas de renome do que do interesse jornalístico da sua apresentadora, numa altura em que o recente apoio manifestado por Marques Mendes às teses do governo regional da Madeira nas suas disputas com o governo central, poderia antecipar um interessante tópico de discussão orçamental onde o PSD poderia finalmente confrontar o governo.


Note-se que nem sou defensor que, em qualquer assunto, os partidos da oposição tenham que ter sempre opinião contrária à do governo, nem que aqueles que tenham uma opinião contrária sobre esse mesmo assunto a tenham que enquadrar forçosamente nos dispositivos partidários existentes. Mais, acredito que seja muito mais frequente do que os partidos estão dispostos a admitir a existência de discordâncias internas a respeito de um assunto qualquer. Compete é à direcção escolher de entre os seus quadros os que melhor defenderão aquela que é a sua posição oficial.


Porém, aquela ausência de economistas oriundos da área do PSD – qualquer um dos ex-ministros das finanças dos governos do PSD (Cavaco Silva e Durão Barroso) teria sido uma hipótese interessante… – é eloquente da situação marginal em que se encontra confinada a sua actual direcção. As sondagens vão-nos dizendo que a Luís Marques Mendes lhe vão faltando os soldados. Episódios como o de ontem dizem-nos que nem generais tem… O que se torna muito preocupante quando pensamos nas consequências disto para este governo porque não há nada mais perigoso do que um cavalo que tomou o freio nos dentes

2 comentários:

  1. Muito bem observado.
    LS

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  2. Para mim, a pérola da noite foi quando a irritante Fátima perguntou ao Ministro das Finanças se determinado assunto já estaria "plasmado" na nova lei.
    E repetiu o "plasmado". Plasmado???

    O português modesto teria dito "consta de", "figura", "está contemplado", "está incluído", etc.

    Mas "plasmado ??!! Confesso que fiquei pasmado...

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