05 novembro 2006

GESTÃO DE EXPECTATIVAS

Quem tenha acompanhado a forma como têm evoluído nos últimos meses as expectativas dos resultados das eleições norte-americanas de depois de amanhã se realizarão não se pode deixar de surpreender como, qual cavalgada entusiasmada, entre as hostes do Partido Democrata se pareceu passar da expectativa de recuperar um pequena maioria na Câmara dos Representantes para a certeza da sua obtenção, conjuntamente com uma alta probabilidade da obtenção da maioria simultaneamente do Senado, hipótese que era considerada mais do que remota, no inicio.

Ora sempre li, e não vi essa análise ainda ser desmentida, quanto as disputas para os lugares do Senado, pela imagem forte da função de Senador, conseguem frequentes vezes ser independentes das influências das apreciações às actividades da Administração central. Fica aqui este poste com nota de alerta e de desconfiança se todo este entusiasmo não estará a ser acicatado também pela Casa Branca, nomeadamente por um Karl Rove regressado às lides que, falho de meios para produzir boas notícias directamente, baixa as expectativas para as poder produzir indirectamente.

Valha a verdade que, tomando em consideração a actual paisagem mediática sobre as eleições americanas, se na próxima terça-feira não houver uma maioria de senadores democratas para além da previsível maioria na Câmara de Representantes, pode-se começar qualquer comentário com um “Afinal…” Bush pode (e deve) ser estúpido mas isso não é verdade para todos os que o rodeiam…

3 comentários:

  1. Os conselheiros são importantes. Veja-se o caso de Cavaco, candidato frágil e limitado numa eleição que se jogou, essencialmente, na televisão, área onde Cavaco tem indisfarçáveis deficuldades.
    Ora, o homem acabou por se sair bem, graças a uma atitude de contenção, moderação e certa forma de virgindade.
    Era o menos "telegénico" dos cinco mas ganhou por ter usado com sabedoria as (poucas) armas de que dispunha.
    E continua a estar bem aconselhado.
    Esperemos que Bush não venha cá contratar os conselheiros de Cavaco...

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  2. Obviamente, Cavaco tinha (e tem) dificuldades, e não deficuldades...

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  3. Os conselheiros são mesmo indispensáveis na política moderna. É a impossibilidade de os conseguir manter à sua volta que corta completamente as ambições políticas de Marcelo Rebelo de Sousa que, ao contrário de Bush, é intelectualmente brilhante mas não consegue manter reter ninguém com categoria.

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