02 novembro 2006

A ARTE DE SABER FAZER PERGUNTAS... E DE SABER OUVIR AS RESPOSTAS

Confesso que nunca tive em grande consideração as qualidades de jornalista de Alberta Marques Fernandes (AMF). Pertencia à escola Manuela Moura Guedes, onde se confunde a atitude com a substância na forma como se aborda um assunto qualquer. E manifestar muita convicção à frente das câmaras não pode ser substituto para o conhecimento dos assuntos que se abordam.

Empacotada da SIC para a RTP na época louca em que alguém imbuído do espírito da época pensou entregar a Emídio Rangel as funções de dirigir um canal público, AMF teve, como os restantes membros do pacote, entradas de leão, para se ficar depois pelos encostos de sendeiro, como apresentadora do Jornal 2, uns furos notórios abaixo dos colegas (Fátima Campos Ferreira, Márcia Rodrigues ou Vasco Trigo).

Calhou hoje assistir ao Jornal da 2, onde AMF entrevistava Maria de Lurdes Rodrigues, a ministra da Educação, para me aperceber que AMF nem sequer mostra ter evoluído e aprendido com a idade a procurar ter mais substância em vez de atitude, na forma como questiona os entrevistados, especialmente quando discorda do conteúdo do que o entrevistado estar-lhe-á a dizer.

Hoje, era evidente como as opiniões da entrevistada lhe eram desagradáveis e isso não tardou a tornar-se transparente na forma como ia interrompendo consecutivamente as respostas da ministra. E as interrupções iam-se prolongando por tanto tempo que, a meio, já era a ministra a pôr as questões a AMF… Mas nem esse ridículo lhe serviu de lembrete que a audiência não devia estar interessada na opinião da jornalista sob a avaliação dos professores…

É que eu até sou capaz de adivinhar a posição instintiva de princípio de AMF. Mas se houvesse avaliação interna da prestação dos jornalistas da RTP em cada programa que interviessem, ela hoje teria recebido indiscutivelmente uma nota de medíocre… e baixo!

4 comentários:

  1. Salvam-se o palminho de cara original e genuíno mais a hipotética Beleza que lhe virá do Miguel...

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  2. Concordo na totalidade. A ministra teve muita dificuldade em fazer-se ouvir (será que AMF não pertence a um dos 14 sindicatos de professores?)

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  3. No fundo, a nossa Alberta apenas revelou má qualidade profissional e escassa Educação, diante da ministra da dita.

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  4. A AMF, pela sua verborreia incontida, fez lembrar os tempos do MFA.
    Anagramas e siglas dão p'ra tudo...

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