22 maio 2015

CULINÁRIA TELEVISIVA E A PRETO E BRANCO

Falar-se de culinária e as imagens aparecerem-nos a preto e branco é quase sinónimo de referência (e uma reverência) a Maria de Lourdes Modesto. Quando o New York Times escreveu um artigo a seu respeito em 1987, cometeu a indelicadeza (creio que involuntária...) de a designar por Portugal’s Julia Child quando o seu programa, iniciado em 1958, precede em cinco anos o de Julia Child que só começou com o seu em 1963. Julia Child vai inspirar-se à cozinha francesa, o nosso era feito sobretudo com a prata da casa. Em rigor e por tolerância, era Julia Child que devia ser tratada pela America’s Maria de Lourdes Modesto, mas a visada é (e todos nós somos) mesmo assim, modesto(s) também de feitio, a aceitar(mos) delicadamente por novidade Gordon Ramsays e Jamie Olivers, tudo aquilo que por cá já se fazia com muito menos pose e muito mais delicadeza há mais de cinquenta anos...

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