Lacuna grave na minha revisitação de Abril deste ano às grandes organizações da esquerda revolucionária do PREC (e que aqui e agora procuro colmatar) foi a omissão à referência à Liga Comunista Internacionalista. O jornal da Liga intitulava-se Luta Proletária (abaixo) mas a militância da organização seria dominada pela intelectualidade e não pelo proletariado. É por isso simbólico que, na foto supra, aquilo que mais se destaca do instantâneo será a luta do militante (um intelectual), não contra a burguesia, mas contra a cola, a brocha e os cartazes, com resultados que, pelo seu encavalitamento e pela sua inclinação (cada vez mais) acentuada, decerto decepcionariam o camarada Trotsky.
Isso não impedirá que o cartaz apele para a presença num Grande Comício. Espero que o comício tenha sido efectivamente Grande, porque a votação nas urnas é que o não foi: concorrendo em 4 círculos eleitorais (Leiria, Lisboa, Porto e Setúbal), a LCI alcançou a duvidosa distinção de ter sido a formação que menos votos recebeu de todas as 12 que se apresentaram às eleições de 25 de Abril de 1975 (10.835, equivalente a 0,2%). Remate curioso: um dos militantes mais destacados da organização naqueles tempos foi Ferreira Fernandes, um dos sucessos da figura do cronista de bom senso do jornalismo actual, donde se infere que o bom senso não é inato.
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