Como já se tornou quase tradicional nos dias que correm, as razões para os protestos terão começado por um vídeo de um dos seus sendo vítima de violência policial. A novidade da notícia é que os protestos se desenrolaram no centro de Telavive (abaixo) e foram protagonizados pela relativamente desconhecida – porque comparativamente pacífica (para o padrão regional...) – comunidade de falachas, os judeus de origem etíope. Tendo sido aceites como uma das tribos de Israel apenas a partir de 1977 (i.e., só 30 depois da fundação de Israel), a comunidade constitui hoje, com cerca de uns 135 mil habitantes¹, uns meros 1,5% da população com a cidadania israelita mas, por sinal, uma das comunidades que, apesar de uma substancial parcela dela já ser composta por nascidos em Israel, mais tem continuado a ser socialmente discriminada, só se situando acima da dos palestinianos tradicionais e da dos árabes de nacionalidade israelita. Apesar das manobras político-mediáticas óbvias que se lêem para obstar a acontecimentos que deram a Israel uma péssima publicidade (e, com um inimigo quanto a Palestina, Israel não se pode dar ao luxo de sustentar réplicas de um Ferguson ou de um Baltimore ou de uns arredores de Paris), o Estado de Israel parece suscitar, como numa cebola, a animosidade de camadas cada vez mais interiores da sua própria sociedade.
¹ E quase nenhuns na Etiópia de origem.
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