22 de Outubro de 2 136 antes de Cristo. Neste mesmo dia de há 4 153 anos registava-se um eclipse anular do Sol cujo apogeu teve lugar por sobre o ocidente do Oceano Pacífico, naquilo que é hoje é conhecido por Mar das Filipinas, sensivelmente a meio caminho entre esse arquipélago e o das Marianas (mapa abaixo). Assim como os cálculos precisos de mecânica celeste permitem aos astrónomos prever quando serão os futuros eclipses solares e lunares, com uma antecipação que pode chegar a milhares de anos, esses mesmos cálculos também permitem recalcular para o passado esses mesmos acontecimentos. Existem tabelas publicadas pela NASA compilando-os até datas pré-históricas. A grande maioria deles não terá qualquer interesse histórico, o que distinguirá este, de que hoje se celebra o aniversário, foram as suas consequências. Uma das áreas em que este eclipse do Sol de 2 136 a.C. foi observável foi, evidentemente, a China. E sabe-se hoje que o monarca e a corte de um dos reinos da cultura Longshan, em que então se decompunha a estrutura política ao longo do Rio Amarelo, foram surpreendidos pelo acontecimento. O que era grave, considerando que na corte havia, já nessa altura, astrónomos precisamente para essa função de calcular antecipadamente tais eventos. Dois deles, Hi e Ho, foram dados como bêbados e incompetentes para as suas funções e acabaram sendo executados. Note-se que aquilo que terá merecido ter ficado registado para a posterioridade neste primeiro registro de um eclipse, foi a sanção disciplinar, não propriamente o fenómeno astronómico.
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