Os resultados das eleições checas realizadas este fim de semana vêm mais uma vez comprovar quanto as consultas populares se tornam rotineiramente num susto para os poderes europeus estabelecidos. Como se previa, o partido do milionário Andrej Babiš (aquela mistura entre Berlusconi e Trump) venceu. O parlamento de 200 lugares, que albergava deputados de 7 formações diferentes, ainda está mais disperso, porque as formações agora representadas agora são 9 (e isso apesar da regra eleitoral dos 5% mínimos, que em tantas outras circunstâncias e também noutros países impediu os exotismos parlamentares). Pelos vistos, foi expediente que já deu provas, mas que actualmente já não chega para deixar de fora do parlamento formações como o partido pirata que elegeu 22 deputados. O SPD da extrema-direita também se estreou com 22 deputados, assim como o STAN centrista com 6 deputados, perfazendo um total de 50 deputados (¼ da câmara) pertencentes a formações que anteriormente não estavam representadas. Os dois partidos da esquerda, quer os social-democratas do ČSSD, quer os comunistas do KSČM foram severamente castigados, perdendo em conjunto 20% dos votos e um pouco mais do que isso em representação parlamentar. Mas o problema maior é o que se pode fazer num país que acaba de sufragar com 30% dos votos um escroque que anda a fugir à polícia. Comparado com isso, o caso de Isaltino Morais é detalhe consolador. Como dizia um amigo meu: pimenta no cu dos outros às vezes funciona como refresco.
Sem comentários:
Enviar um comentário