Aqui há quatro anos, o gabinete de estudos do PSD tinha um dirigente de aspecto frágil que, apesar de dizer uma data de disparates, se adivinhava vocacionado para altos desempenhos: Carlos Moedas. Enganou-se redondamente nas previsões dos estudos, nas reacções dos mercados, mas soube sabujar os poderosos e ei-lo comissário europeu. Agora parece que o cargo é ocupado por alguém de aspecto mais próspero, a fazer lembrar um Buda chinês, de seu nome Rogério Gomes. Mas ainda não será desta vez que o siso parece assentar naquele gabinete de estudos, a atentar na proposta do contrato fiscal com os portugueses que foi apresentada no passado dia 31 de Março. Na senda do seu ilustre predecessor, o actual director do gabinete de estudos adivinhar-se-á também brilhante mas também completamente desligado da realidade política e sem sentido do ridículo. É que o presidente do partido já havia firmado algo parecido com um contrato – também fiscal mas mais alargado... – há coisa de quatro anos a pretexto das eleições que o acabaram por levar ao poder. E tanto a outra parte contraente – o eleitorado – tem consciência da existência desse outro contrato que a opinião pública e publicada se tem aproveitado de todos os pretextos – um deles foi o recente dia 1 de Abril, dia das mentiras – para relembrar algumas das cláusulas desse contrato, apresentadas na altura por Pedro Passos Coelho via twitter.
Para o caso de Rogério Gomes não ter cá estado nos últimos tempos, de se tratar de um dos primeiros casos de sucesso do programa VEM que foi apresentado há umas duas semanas por Pedro Lomba, advirtam-no que não reina uma confiança de firmar contratos entre eleitorado e partidos políticos. Sobretudo porque os anteriores não têm sido cumpridos.
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