Há quarenta anos, a campanha eleitoral havia cessado e o dia havia sido reservado à reflexão para o importante acto eleitoral que se iria realizar amanhã. Apesar do período obrigar ao condicionamento da manifestação das simpatias políticas, sentiam-se as expectativas no ar, sem se imaginar ainda o que seriam as sondagens à opinião pública, mas antecipavam-se os resultados com a mesma atitude com que se fazem prognósticos antes de um jogo de futebol. Entre a facção dominante do poder político-militar no MFA, a começar pelo primeiro-ministro Vasco Gonçalves, as apostas para a vitória – Mário Soares refere-o com um certo prazer perverso nas suas memórias... – iam para o MDP/CDE, pelo prestígio histórico que adquirira como concorrente às eleições de 1969 (leia-se o cartaz inicial) e porque não tinham o opróbrio de ser uma organização comunista (estava completamente controlada pelos comunistas, mas isso seria uma outra história...).
Recorde-se que o MDP/CDE veio a receber 236.318
votos, o correspondente a 4,14% da votação e 5 mandatos de deputados em 250.
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