09 abril 2015

AS «MANDALAS» DA GEOESTRATÉGIA INDIANA

Mandala é a designação em sânscrito para círculo. Figuras circulares são, desde há milénios, utilizadas com frequência na Índia como modelos explicativos tanto da espiritualidade e da religião quanto da política e da estratégia. Neste último caso, o exemplo mais famoso será um tratado do Século IV a.C., que ficou conhecido pelo nome de Artaxastra e que foi escrito por um político e filósofo chamado Cautília que hoje é considerado um dos mais emblemáticos textos do pensamento político e estratégico do Mundo Antigo - a primeira tradução para inglês data de há precisamente 100 anos. Cautília será uma espécie de réplica indiana a Sun Tzu.
É inspirado nesse formato estruturante da análise que aqui insiro este mapa-mundo com sucessivas mandalas concêntricas com a perspectiva de como a geoestratégia poderá ser percebida pelos responsáveis indianos. Há a mandala próxima, com um raio de 2.000 milhas, que abrange grande parte da China e a Ásia Central e ainda uma parte do Sudeste Asiático. É aí que se concentram os interesses indianos vitais. Os Estados Unidos estão na mandala das 8.000 milhas. Para regressar à questão da Guerra de 1971, por muito globais que fossem as ambições de Nixon e Kissinger, tanto zelo tornava-se inexplicável para quem se localizava àquela distância e não parecia ter nada de vital em jogo.

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