22 abril 2015

MARX, ENGELS, LENINE E ESTALINE

Como se fosse uma certeza teológica, tornou-se dogma de fé no universo socialista que, em situação de crise, a classe operária e o povo trabalhador se mobilizavam com a visão das imagens conjuntas dos seus líderes históricos. Foi assim que na Berlim Oriental de Agosto de 1961, um Verão Quente causado pela construção do Muro dividindo-a, as outras paredes da cidade se viram subitamente enfeitadas com os retratos de (Nikita) Khrushchov (1894-1971), (Walter) Ulbricht (1893-1973), Wilhelm Pieck (1876-1960) e (Otto) Grotewohl (1894-1964). Catorze anos mais tarde, por ocasião de um outro Verão Quente, quiçá demonstrativo do quanto a transição para o socialismo em Portugal era cientificamente retrógrada, os cartazes portugueses limitavam-se a exibir Vasco Gonçalves (1921-2005), o povo e o MFA, sem o estímulo de um Leonid Brejnev (1906-1982) ou de um Álvaro Cunhal (1913-2005), muito menos um socialista complacente a fazer o papel de Grotewohl.

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