Portugal bebe 2,8 milhões de litros de álcool por dia
O Diário de Notícias abrilhantou ontem, dia 9, as suas notícias com este cabeçalho em destaque. Sempre tive uma especial predilecção por peças jornalísticas em que é visível a manipulação dos dados além de serem infantilmente transparentes as intenções com que são publicadas.
Aparecendo imediatamente depois do (quase) debate sobre a taxa de alcoolemia, esta notícia, fazendo dos portugueses uns beberrões, tem todos os ingredientes para ser considerada como de origem suspeita. Viessem cá os inspectores de sanidade e fechariam o DN como fecharam anteriormente os restaurantes chineses ou as roullotes.
Um outro aspecto engraçado é a grosseria da manipulação dos números para robustecer o impacto da notícia. Contando os dados em litros, os valores disparam sempre para a casa dos milhões; se fossem mililitros seriam mesmo milhares de milhões, ou biliões, na terminologia americana. Não soará ainda melhor? Portugal bebe 2,8 biliões de mililitros de álcool!
E depois, o leitor nem sequer tem referências para situar o número exposto. Parece-lhe grande, mas eu aposto que consigo dar-lhe uma proporção para se poder orientar. Lembre-se apenas o leitor que em Portugal não se bebe apenas álcool, mas também se bebem outras bebidas incluindo água.
Se se bebesse tanto de outras bebidas como de álcool, e sabendo que as bebidas não ficam cá no organismo a descansar, poderíamos produzir um título do género: Portugal mija 5,6 milhões de litros de urina por dia ou, usando um raciocínio próximo, Portugal caga 2 milhões de quilos de merda por dia!
Neste último caso estamos a referir-nos a merda propriamente dita e não, figurativamente, a cabeçalhos de artigos de jornal como este do DN…
Esclarecedor!
ResponderEliminarQue "Diabo de Notícias"!
Esse tal Portugal deve ser um bêbedo convicto e nem sei como é que o deixam andar por aí!
É pena não explicarem se o álcool em questão é etílico ou metílico...
E, por falar em metílico, se metessem o jornal naquele sítio que ele nem para limpar serve?
Aposto que o redactor não sabe, sequer, qual é a percentagem de álcool das bebidas alcoólicas... ou será que, para vender jornais, já vale tudo?