Ao longo do século XIX, uma das preocupações prioritárias dos maiores países europeus foi a de criar uma consciência nacional, de que o idioma falado era uma componente primordial.
Foi uma tarefa em que normalmente se saíram bem, onde a escolarização obrigatória desempenhou um papel fundamental. Hoje até nos surpreendemos por saber que 20% da população francesa não percebia nem falava patavina de francês ou que o idioma que conhecemos por italiano só era empregue por 3% da população de Itália.
Sem elaborações exageradas e de uma forma simplificada o que cada um pede ao seu idioma é que seja o mais inteligível possível: que o entendam e que entenda os outros. E, normalmente, temos mais tendência para simpatizar com aqueles com quem isso acontece.
É, na minha opinião, a razão primordial para que não exista um perigo espanhol de raiz popular: nós ainda nos esforçamos para entender o castelhano dele mas que raio de potencial compatriota nosso é aquele que não percebe – ou faz que não percebe – nada daquilo que dizemos?
Os finais do século XX e os princípios do XXI estão a assistir à reversibilidade da normalização idiomática dos tempos anteriores. Agora é giro ter idiomas diferentes, numa época em que a normalidade máxima que se podia ter obtido já foi atingida (ou falhada – veja-se o caso do catalão em Espanha…) e que os idiomas regionais são mais uma peça a adicionar ao folclore local.
Mesmo em Portugal, país pequeno em escala para ter muito disso, recuperou-se recentemente o mirandês. Verdade, verdadinha, vim de Miranda do Douro ontem e não tive quaisquer problemas de inteligibilidade, ao contrário do que aconteceu no São Miguel (Açores) profundo – o único sítio do país onde isso me aconteceu.
Mas o esforço em querer parecer ser diferente acaba por assumir contornos caricatos, como acontece um pouco com a placa que ilustra este post, ou outra, que recordo, onde estava escrito – de memória – Eigreija.
Ou seja, no idioma escrito, são minúsculos desvios às normas do português, perfeitamente perceptíveis para quem conheça este último idioma, o que só assim justifica o relativo sucesso editorial entre nós de uma versão de Astérix o Gaulês (Asterix L Goulés) em língua mirandesa.
Faço-o sem malícia, mas apetece-me perguntar, se não aparecerá num futuro próximo o idioma tripeiro e depois teremos uma placa bilingue em plena ponte D. Luís: PORTO – PUÂRTO…
Foi uma tarefa em que normalmente se saíram bem, onde a escolarização obrigatória desempenhou um papel fundamental. Hoje até nos surpreendemos por saber que 20% da população francesa não percebia nem falava patavina de francês ou que o idioma que conhecemos por italiano só era empregue por 3% da população de Itália.
Sem elaborações exageradas e de uma forma simplificada o que cada um pede ao seu idioma é que seja o mais inteligível possível: que o entendam e que entenda os outros. E, normalmente, temos mais tendência para simpatizar com aqueles com quem isso acontece.
É, na minha opinião, a razão primordial para que não exista um perigo espanhol de raiz popular: nós ainda nos esforçamos para entender o castelhano dele mas que raio de potencial compatriota nosso é aquele que não percebe – ou faz que não percebe – nada daquilo que dizemos?
Os finais do século XX e os princípios do XXI estão a assistir à reversibilidade da normalização idiomática dos tempos anteriores. Agora é giro ter idiomas diferentes, numa época em que a normalidade máxima que se podia ter obtido já foi atingida (ou falhada – veja-se o caso do catalão em Espanha…) e que os idiomas regionais são mais uma peça a adicionar ao folclore local.
Mesmo em Portugal, país pequeno em escala para ter muito disso, recuperou-se recentemente o mirandês. Verdade, verdadinha, vim de Miranda do Douro ontem e não tive quaisquer problemas de inteligibilidade, ao contrário do que aconteceu no São Miguel (Açores) profundo – o único sítio do país onde isso me aconteceu.
Mas o esforço em querer parecer ser diferente acaba por assumir contornos caricatos, como acontece um pouco com a placa que ilustra este post, ou outra, que recordo, onde estava escrito – de memória – Eigreija.
Ou seja, no idioma escrito, são minúsculos desvios às normas do português, perfeitamente perceptíveis para quem conheça este último idioma, o que só assim justifica o relativo sucesso editorial entre nós de uma versão de Astérix o Gaulês (Asterix L Goulés) em língua mirandesa.
Faço-o sem malícia, mas apetece-me perguntar, se não aparecerá num futuro próximo o idioma tripeiro e depois teremos uma placa bilingue em plena ponte D. Luís: PORTO – PUÂRTO…
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