04 dezembro 2023

A CONTÍNUA IMPOTÊNCIA DA PRESENÇA DOS ESTADOS UNIDOS NO LÍBANO

4 de Dezembro de 1983. Os Estados Unidos (e a França e a Itália) haviam enviado forças militares para o Líbano para resolver um problema criado por Israel, que invadira aquele país para dali desalojar as forças da OLP. Invadiu, expulsou os combatentes palestinianos, mas depois Israel ficou lá atascado, no meio da guerra civil libanesa. Os três países ocidentais haviam enviado forças militares para a manutenção da paz no país mas rapidamente se viram arrastados para o conflito. Seis semanas antes, dois camiões bombas, conduzidos por suicidas, haviam provocado mais de 300 mortos nos aquartelamentos do exército norte-americano e francês. Este dia 4 de Dezembro tornou-se mais um exemplo do vespeiro em que se tinha tornado a presença dos norte-americanos naquelas paragens, por muito musculada que a tentassem fazer. Inicialmente fora um avião F-14 de reconhecimento que havia sido alvejado por um míssil SA-7 a partir de posições que se sabiam ocupadas por tropas sírias. Depois, em retaliação, duas esquadrilhas estacionadas nos porta-aviões USS John F. Kennedy e USS Independence ao largo do Líbano atacaram os locais de onde viera o míssil. Foi pior a emenda que o soneto: o fogo anti-aéreo dos sírios abateu um A-6 e um A-7. Dos três tripulantes abatidos (o A-6 tem dois tripulantes), um morreu, um foi resgatado mas o outro foi capturado pelos sírios e levado para Damasco. Depois seguiu-se um mês de negociações acompanhadas pela média em que o assunto se misturou com a questão racial - o prisioneiro era negro - e o protagonismo de um dos activistas dos direitos afro-americano, o reverendo Jesse Jackson, que ficou com a fama do feito com a sua manobra de diplomacia paralela. O presidente Reagan saiu entalado de tudo isto e a sua administração não via a hora das suas tropas se irem embora dali...

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