10 dezembro 2023

EXERCÍCIO MANHOSO DE CONTRA-PROPAGANDA

Quem plantou este artigo no Público dedicou-se a um exercício manhoso de contra-propaganda, com o intuito de tentar aligeirar os custos associados aos tratamentos das duas gémeas, diluindo esses custos na factura total da despesas hospitalares com medicamentos. A bem do esclarecimento público e para nos dar uma verdadeira perspectiva da proporção dos custos, será que os jornalistas do jornal não podem procurar indagar qual foi a dimensão da lista de fármacos que, naquele mesmo ano a que se referem, representaram menos de «0,43% da despesa dos hospitais com medicamentos»? É óbvio que, descontando aqueles vários medicamentos de consumo mais generalizado (a começar pela omnipresente aspirina...), toda a medicação de aplicação específica, se contabilizada individualmente (como fizeram acima), acaba por representar um peso ínfimo na factura global com medicamentos. Só que o truque não pega porque também é óbvio o quanto é fácil pegar nos mesmos números e dar-lhe uma outra apresentação: se «com o Zolgensma foram gastos 5,9 milhões nesse ano» (2020), então isso representa um montante superior ao primeiro prémio da lotaria do fim de ano desse mesmo ano de 2020 (abaixo)... Não nos queiram convencer que foram trocos.

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