A 4 de Dezembro de 2014, completam-se hoje precisamente nove anos, o presidente da República de então chamava-se Aníbal Cavaco Silva e o primeiro-ministro de então, Pedro Passos Coelho, por ocasião de uma cerimónia evocativa de mais um aniversário da morte de Francisco Sá Carneiro, defendia a ideia que a «disciplina nas contas públicas (era) uma questão de regime». Na altura, Cavaco Silva não se manifestou discordante, no que terá passado por uma anuência tácita. Mas manifestou-se hoje, nove anos passados em que o primado da contenção orçamental se perpetuou (estupidamente), só que agora protagonizado pelos socialistas e com essa prioridade a ser impingida através de um outro estribilho: «contas certas». Não é uma questão de Cavaco Silva ter razão ou não, eu até concordei aqui com alguma parte das suas críticas (por interposta pessoa...), muito menos questão de nos fixarmos na semântica do(s) estribilho(s), de significado próximo. Há aqui uma outra questão, mais importante, a de não lhe reconhecer, apesar do seu estatuto de ex-presidente, qualquer superioridade moral e/ou técnica para se alçar acima de qualquer dos outros protagonistas da cena política. Porque vale a pena enfatizar que o texto que hoje aparece publicado em seu nome (abaixo) é um texto político. Só.
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