A expressão «o passado é incerto» foi cunhada por causa dos regimes totalitários e da sua propaganda. A forma mais exuberante como aquela «incerteza» quanto ao passado se manifestava era quando alguns dos seus protagonistas caíam em desgraça e eram descarada e obscenamente removidos das fotografias oficiais, como acima se vê, num caso da China. Mas este é mais um caso em que a forma se substituiu à substância, porque a prática de adulterar o passado para efeitos de propaganda presente se faz de muitas formas, sem aqueles ridículos visuais. Tomemos o exemplo bem recente do artigo abaixo, em que se pretende que «Pedro Nuno Santos e Montenegro» tinham (tiveram...) ideias «sobre saúde e segurança social desde 2015»! É caso para dizer que, se as tiveram, guardaram-nas muito para eles, que nunca se deu por nada! No caso de Pedro Nuno Santos, desde 2015 ele sobraçou pastas ministeriais que nada tiveram a ver com a saúde e a segurança social. No caso de Luís Montenegro, o exagero é ainda maior porque esse não sobraçou nada desde 2015. Aliás, a última e única ideia original que lhe conheço é anterior a isso e data de Fevereiro de 2014: «A vida das pessoas não está melhor mas a do País está muito melhor». Esta ideia de plantarem esta notícia para tentar conferir densidade intelectual aos dois, potenciando e enfeitando os dois principais protagonistas da disputa eleitoral que se anuncia até dia 10 de Março é caricata no caso de Pedro Nuno Santos e completamente ridícula no de Luís Montenegro.
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