Confesso agora que estranhei a virulência da coluna de opinião de João Miguel Tavares de anteontem, no lugar do costume (jornal Público). Não que não lhe reconhece fundamentos nas críticas que fazia à pusilanimidade de Luís Montenegro, que agora renega o acordo de regime que fizera em Setembro de 2022 com o governo de António Costa quanto à metodologia para a escolha da localização do novo aeroporto de Lisboa. Mais do que apenas isso, subscrevo e endosso as referências que ele ali faz ao envolvimento sempre esquisito, sempre viscoso, de José Luís Arnaut. Tudo verdadeiro e pertinente, não fosse o meio envolvente. É que vai haver eleições. E, nessas circunstâncias, não se escrevem coisas destas que metralham a própria trincheira (a de João Miguel Tavares), ele sabe-o, e não o tenho por um daqueles desalinhados que distribuem pancada pelos seus e pelos outros para gáudio das audiências, como um José Pacheco Pereira ou um Sérgio Sousa Pinto. Mas, para clarear o mistério, foi só preciso esperar 48 horas, como o título daquele antigo filme (1982) com o Nick Nolte e o Eddie Murphy. Terão sido 48 horas tensas, como aquelas em que decorrem as peripécias do filme, mas tudo tem um desfecho claro: como se percebe pela sua coluna de hoje, João Miguel Tavares vai fazer campanha pela Iniciativa Liberal. E, sendo assim, o PSD tornou-se num rival. Espero que tenha compreendido bem, não me vá ele aparecer depois de amanhã a escrever qualquer coisa de muito desagradável a respeito de Rui Rocha... Confio que não.
Sem comentários:
Enviar um comentário